Assunto foi discutido em reunião da categoria na tarde desta segunda-feira
Após se reunir, na tarde desta segunda-feira (1), com cerca de 150 trabalhadores do transporte de carga, o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Goiás (Sinditac), Vantuir Rodrigues, informou ao Mais Goiás que os caminhoneiros não vão aderir à greve que havia sido anunciada para hoje.
Segundo Rodrigues, o assunto foi acordado com todos os presentes, que entenderam que, apesar de haver necessidade da categoria, “agora não é o momento para uma paralisação” devido à fragilidade da economia provocada pela pandemia do novo coronavírus.
“O mundo está doente, o nosso estado está doente, o Brasil. Se a gente fizer uma coisa dessas, nós estaremos sendo maus com nossas próprias famílias. A gente prefere não aderir a esse movimento [de greve]. Estamos precisando, mas não agora”, afirmou Rodrigues.
O representante do Sinditac informou ainda que um princípio de paralisação foi registrado no município de Guapó, hoje por volta de meio-dia, mas o ato não vingou. Rodrigues conta que chegou a ser acionado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que indagou se o movimento fazia parte da greve. Ele negou.
Outro início de paralisação ocorreu em Anápolis, segundo Rodrigues, mas também foi logo dissolvido.
Hoje mais cedo, Rodrigues já havia dito ao Mais Goiás que, se dependesse do sindicato, não haveria greve. “Os caminhoneiros são quem movem a economia desse país. Sei que não estamos sendo amparados pelo governo e estamos passando dificuldades assim como qualquer outra classe. Mas esse é um momento impróprio de parar”, disse.
Entre as razões por trás da possibilidade já afastada de greve está a luta contra o aumento do preço dos combustíveis e contra a política de preços da Petrobras, que se baseia na paridade com os preços internacionais.
Além disso, os caminhoneiros também reclamam dos baixos preços dos fretes e o descumprimento da lei que prevê o piso mínimo entre frente. Essa medida está com a constitucionalidade pendente para análise do Supremo Tribunal Federal (STF).
A classe busca, ainda, mudanças na BR do Mar, marco regulatório do transporte marítimo que incentiva a navegação por cabotagem, ou seja, entre os portos do país. Melhorias de condições de trabalhos e alterações nas regras de jornada, além de aposentadoria especial, também estão nas discussões.