O Comitê enfatiza que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado", diz a ata
O BC (Banco Central) divulgou nesta terça-feira (1º) a ata do Copom (Comitê de Política Monetária), documento com as razões que motivaram a manutenção da taxa básica de juros da economia brasileira em 13,75% ao ano, o maior patamar em mais de cinco anos.
De acordo com a autoridade monetária, o ambiente inflacionário continua desafiador e garante que seguirá vigilante ao avaliar se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros em um patamar elevado por um período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação para a meta.
"O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê enfatiza que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado", diz a ata.
O documento menciona ainda que o recente ciclo de deflações está concentrado em itens voláteis e afetados por medidas tributárias. Ainda assim, a percepção é de que a inflação para o consumidor continua elevada.
O BC reconhece ainda que a deflação é influenciada pela redução de preços administrados, em função tanto da queda de impostos quanto, em menor medida, das quedas dos preços internacionais de combustíveis.
A percepção do BC leva em conta a redução das alíquotas do ICMS sobre gasolina e energia elétrica nos estados e o corte do PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol até o fim de 2022. O alívio deve ser sentido pelas famílias até o fim deste ano.
"Os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, que apresentam maior inércia inflacionária, mantêm-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação", destaca a ata do Copom.