Policiais perceberam que o criminoso espalhou borra de café entre o chão e o batente das portas na tentativa de esconder o cheiro do cadáver
Três meses após o assassinato brutal do técnico de enfermagem André Lopes de Barros, 31 anos, a audiência de instrução e julgamento do caso revelou detalhes macabros do latrocínio praticado por Allan Soares Bezerra, em 1º de abril deste ano, em Ceilândia. Entre outras atrocidades, a vítima foi encontrada sem roupas e deitada na cama com o quadril elevado em posição sexual. André estava com braços e pernas amarrados com fios e o ânus apresentava muitos ferimentos.
Testemunhas que encontraram o corpo do profissional de saúde após desconfiarem de seu desaparecimento narraram, durante a audiência, que o local estava revirado. Havia um forte cheiro de putrefação misturado a um odor de café. Mais tarde, investigadores da Polícia Civil perceberam que o criminoso espalhou borra de café entre o chão e o batente das portas do apartamento na tentativa de disfarçar o cheiro do cadáver. Havia água no chão e a geladeira estava aberta com intuito de resfriar o ambiente.
Em depoimento, um dos policiais ouvidos na audiência afirmou ter visto, poucas vezes, uma cena de crime tão perturbadora. Além disso, o chão da casa havia sido lavado, e várias bitucas de cigarro foram jogadas no chão — André não fumava. Roupas de diversos tamanhos também estavam espalhadas.
De acordo com as investigações, após torturar e matar a vítima, o criminoso roubou celular, notebook e um aparelho de medir a pressão arterial. O telefone foi localizado em poder de um receptador, que revelou ter comprado o aparelho de um homem que estava com o nariz machucado.
Dez dias após o crime, o suspeito foi localizado em Unaí (MG), após a divulgação de imagens de câmeras de segurança do bar, no dia do crime. No vídeo, o homem caminhava tranquilamente pelo local. Segundo vizinhos da vítima, André havia sido visto pela última vez na sexta-feira à noite, antes de sair para uma festa.