Desde o início da pandemia, os preços do produto subiram quase 50% e a procura por combustíveis mais baratos se tornou uma constante
Uma quadrilha especializada em furtar combustíveis foi alvo da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que deflagrou, nesta quinta-feira (28/4), a Operação Ódigos, por meio da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF). São cumpridos 11 mandados de prisão preventivas e 12 de busca e apreensão.
As medidas judiciais foram cumpridas em Taguatinga, Riacho Fundo, Núcleo Bandeirante, Estrutural e Jardim Ingá (GO). Até às 7h30, nove pessoas já haviam sido presas.
As investigações contra o furto e a receptação de combustíveis no DF começaram no final de 2021. Desde o início da pandemia da Covid-19, os preços do produto subiram quase 50% e a procura por combustíveis mais baratos se tornou uma constante, abrindo uma janela de oportunidades aos criminosos.
Segundo os investigadores, as distribuidoras e postos de gasolina são as principais vítimas. Eles constataram que os prejuízos aumentaram significativamente durante a crise sanitária. Empresários do setor alegaram à polícia que o produto era subtraído antes de chegar ao posto de gasolina.
As investigações revelaram que, apesar dos esforços dos empresários, que investem em sistema de monitoramento nos caminhões, os criminosos tampam as câmeras para furtar o produto. Alguns, inclusive, usam crianças para burlar o sistema de vigilância.
O combustível furtado era vendido em galões, custando em média R$ 4,50 o litro – muito abaixo do preço de mercado – e são estocados sem nenhum controle, podendo afetar o meio ambiente, a saúde e expondo as pessoas ao risco de explosão.
Outra forma de furtar o produto era a de não esvaziar totalmente o caminhão-tanque no posto. A sobra era retirada e vendida para os receptadores, o que é proibido, segundo o Manual Operacional de Postos da Petrobras.
Desde 2019, a DRF já realizou duas operações contra furto e receptação de combustíveis e prenderam 35 pessoas envolvidas no crime. Apesar das ações deflagradas pela polícia, os suspeitos continuaram em atividade. Os criminosos vão responder por associação criminosa, furto, receptação, crimes contra ordem econômica e meio ambiente, e podem até 10 anos de prisão.