Suspeito identificado como Carlos Juliano faz parte de quadrilha que fez vítimas pelo DF e em outros estados
A Polícia Civil do Distrito Federal divulgou, nesta quinta-feira (27/4), a imagem de um dos suspeitos de associação criminosa especializada em golpes. O homem, identificado como Carlos Juliano, tem mandado de prisão em aberto e encontra-se foragido. O autor faz parte da quadrilha que aplica golpe do empréstimo consignado e fez várias vítimas no DF e em outros estados.
A ação tem apoio operacional da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Segundo a corporação, os criminosos montavam uma empresa de fachada, depois conseguiam efetivar contratos com grandes instituições financeiras para funcionarem como correspondentes bancários.
Com o acesso à informação privilegiada, não só dos próprios bancos, mas também adquirida na “darknet”, os criminosos descobriam dados pessoais de correntistas que já possuíam empréstimos consignados.
A partir daí, faziam contato via WhatsApp e passavam a oferecer a portabilidade desses créditos para outros bancos com taxas de juros reduzidas. As vítimas eram iludidas pelas propostas, autorizavam a transação e repassavam seus dados e cópias de documentos aos criminosos. Os bandidos, então, contratavam a liberação de outros empréstimos consignados.
Esses novos valores eram depositados na conta da vítima. Todavia, ela era induzida a pagar um boleto sob o pretexto de quitação do crédito original para manutenção apenas do novo empréstimo com taxas supostamente mais atrativas. Os criminosos enviavam um boleto falso ostentando os dados do banco, mas o código de barras indicava a conta de “laranjas”.
Sem perceber, a vítima paga o boleto pensando que está quitando o consignado original para portabilidade, quando, na verdade, está transferindo os valores dos novos empréstimos para a conta dos criminosos. Depois disso, os suspeitos bloqueiam a vítima no WhatsApp que fica com duas dívidas: a original e as outras obtidas pelos criminosos.
A PCDF conseguiu georreferenciar a origem das mensagens. O grupo se localizava a mais de 2.000 km do DF, em Canoas (RS). Sempre escolhiam vítimas em outros estados, justamente para dificultar a investigação.
Em Canoas, o grupo mantinha uma sala alugada com funcionários onde ficava o dia inteiro fazendo a “pescaria de vítimas” em todo território nacional. Na operação, foram expedidos mandados contra o proprietário da empresa de fachada e das duas principais “conteiras” responsáveis pelo recebimento dos valores desviados.
Foram bloqueados nas contas encontradas cerca de R$ 130 mil reais. Os documentos e celulares apreendidos serão analisados. Todos serão indiciados pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e fraude eletrônica com penas somadas que podem alcançar 21 anos de reclusão.