Os mandados serão cumpridos em Maceió (AL), Formosa (GO) e Distrito Federal
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), deflagrou, na manhã desta terça-feira (31/5), a Operação Pamona, que investiga suspeita de superfaturamento em contrato de locação firmado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF). As investigações estão relacionadas a fatos ocorridos entre os anos de 2009 e 2020.
Os mandados serão cumpridos em Maceió (AL), Formosa (GO) e Distrito Federal. Entre os alvos das buscas estão o ex-presidente do IGES-DF e ex-secretário de Saúde Francisco Araújo Filho, a sede do IGES-DF, a empresa CEPE (Comércio Importação e Exportação de Alimentos ltda), o sócio-administrador da empresa, Guilherme Carissimi, e o empresário Marcelo Perboni, que também representa a CEPE, além de servidores do GDF.
Entre os alvos está também o ex-administrador regional do SIA José Tenório da Silva Neto.
A ação, que tem o apoio do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), mira uma associação criminosa acusada de delitos como peculato, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva. As buscas são feitas no DF e em Goiás.
De acordo com as investigações, em um primeiro momento, a Cepe adquiriu imóvel pertencente à Terracap e que foi destinado posteriormente ao Pró-DF II, programa governamental de incentivo econômico, por meio da extinta Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Turismo.
O contrato durou entre os anos de 2009 a 2019. Em seguida, o mesmo imóvel foi locado pelo Iges, com valores estimados em R$ 17.293.613,40. O procedimento administrativo teria diversas ilegalidades e “indícios consistentes” de direcionamento em favor de empresários locais.
O nome da operação faz alusão à Deusa Pomona, da mitologia Romana, que é associada à abundância das frutas e pomares, ramo econômico explorado pelos empresários investigados na operação.
Ao Metrópoles o Iges-DF informou “que teve conhecimento da operação por meio da imprensa e não tem mais detalhes”. De acordo com eles, a investigação não tem relação com a atual gestão. O instituto ainda se colocou à disposição da Justiça e dos órgãos investigadores e fiscalizadores a fim de colaborar com qualquer apuração.
Já a defesa do ex-secretário Franscico Araújo “considera a busca e apreensão deflagrada hoje, como sendo desnecessária, inadequada e, até mesmo, atentatória à dignidade da pessoa humana”. Para os advogados, o ex-gestor foi alvo de três buscas que “nada produziram de relevante”.
“Parece mesmo, com todo o respeito, que o Ministério Público age com o propósito de desmoralizar o ex-secretário de Saúde”, finalizou.