O procedimento ocorreu no último dia 4 de maio, no Hospital Brasília e foi um sucesso
Uma mãe se preparou por 14 anos para estar apta a doar um rim ao seu filho. A história teve início em 2009, quando Daniel Gil, aos 26 anos, recebeu o diagnóstico de doença renal crônica.
A possibilidade de ser a doadora que o filho precisava, mesmo que os médicos ainda não soubessem quando o transplante seria necessário, lançou Célia Gil em uma jornada de autocuidado.
“Era rueira, trabalhava o dia inteiro, saía muito e tomava todas. Depois que soube do caso do Daniel, mudei o meu ritmo de vida porque sabia que teria de estar muito bem para ser uma doadora. Passei a sair bem menos, comecei a evitar bebidas e alimentos gordurosos”, lembra Célia.
E assim foi ao longo dos últimos 14 anos, até que o advogado brasiliense, hoje com 41 anos, fosse submetido ao transplante de rim. O procedimento ocorreu no último dia 4 de maio, no Hospital Brasília, do Distrito Federal.
A descoberta da doença foi um momento de choque e incerteza para toda a família. Célia perguntou repetidas vezes aos médicos se poderia ser a doadora do rim para o filho, mas eles explicaram que a resposta só viria quando Daniel estivesse realmente precisando.
Após uma série de exames feitos nos três meses seguintes, Daniel recebeu o diagnóstico de doença renal crônica em nível dois. Testes mostraram que os dois rins dele juntos funcionavam com capacidade inferior a 50%.
Então, Daniel seguiu o tratamento tradicional dos rins, com uma dieta rígida e medicamentos para o controle da hipertensão arterial.
O rapaz não precisou ser submetido a diálise ou hemodiálise, mas os médicos falavam da possibilidade de um transplante no futuro, caso a capacidade de funcionamento dos órgãos fosse reduzida a menos de 15%.
Em novembro de 2022, os exames mostraram que o momento do transplante havia chegado. As esperanças da família se renovaram quando Célia, a mãe corajosa e determinada, foi revelada como a doadora mais compatível para o seu amado filho.
No dia da operação, Daniel foi tomado por um turbilhão de emoções: “Tinha um risco de vida e morte iminente e ter a minha mãe como doadora era a chance de continuar vivendo, de ver a minha filha crescer, de ser um marido melhor”.
Passado pouco mais de um mês do transplante, Célia segue uma vida normal, mantendo os hábitos de saúde que adotou ao longo dos anos para preservar seus órgãos.
Ela fará um acompanhamento médico mais detalhado do órgão ao menos uma vez ao ano, garantindo que seu próprio bem-estar esteja em dia. Já Daniel se recupera bem e já fala da vontade de voltar a trabalhar.
Porém, ele sabe que deve ter uma rotina mais cautelosa, pois não deixou de ser um paciente renal crônico.