Além disso, Ronaldo Soares Costa, 54 anos, já foi investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal por usurpação de função pública
À polícia, Ronaldo contou que trafegava regularmente, na velocidade da via, quando passou mal e desmaiou. Segundo ele, devido ao apagão, atingiu a parada de ônibus e atropelou cinco vítimas. Entre os atropelados, Gisele Boaventura Silva, 54 (foto em destaque), não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
O motorista que atingiu a parada de ônibus da plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto nesta quarta-feira (6/7), Ronaldo Soares Costa, 54 anos, já atuou como instrutor de autoescola.
o/Hugo Barreto/Metrópoles
Segundo a instrução de serviço publicada em 1997 no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), quando Ronaldo atuava como instrutor de autoescola, o Detran suspendeu a atividades do servidor por 30 dias depois de ele causar um tumulto na área de exames de direção veicular. Em 2010, o Departamento de Trânsito o designou para a Comissão Examinadora de Trânsito.
Em 2014, o homem tentou por duas vezes aplicar um golpe no DF, o que o levou a ser investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por usurpação de função pública. Em 4 de agosto daquele ano, ele fingiu ser oficial de Justiça para levar um carro, no Lago Norte.
Segundo informaram os envolvidos, Ronaldo pediu a chave de um veículo que estava em disputa judicial, para suposta apreensão, afirmando que a assistente dele chegaria em seguida. A pessoa que ele tentou enganar, no entanto, pediu que ele mostrasse os documentos comprovando que era, realmente, servidor do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDF).
Desmascarado, o homem teria ficado agressivo e não mostrou documentação alguma. Depois disso, uma oficial de Justiça fidedigna foi apreender o veículo. Então, os envolvidos questionaram se Ronaldo era mesmo um servidor do TJ. A mulher negou e acionou a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
Em 5 de dezembro do mesmo ano, Ronaldo tentou dar um golpe semelhante. Desta vez, a vítima seria uma mulher, dona do carro, que chegou a entregar as chaves do veículo. Quando o homem estava fazendo a avaliação do bem, ela pediu para ver a identificação de oficial de Justiça, mas ele teria negado e tentou sair com o carro.
Depois disso, começou uma confusão e, segundo a versão da dona do veículo, Ronaldo a teria empurrado contra a parede e quebrado o celular dela. O homem disse aos policiais que prestava serviço para um empresa que estava envolvida em um processo judicial. Ele teria ido ao local para fazer vistoria do carro e cumprir ordem de retirada do veículo, mas foi questionado pela dona.
Ainda segundo a versão de Ronaldo, quando ele saiu do carro, os dois se esbarraram e o celular dela caiu no chão, quebrando o equipamento. Ele diz, ainda, que em nenhum momento a agrediu e que a mulher gritava que ele tinha batido nela e o acusava falsamente de estupro.
Questionado, o Detran informou que Ronaldo é um condutor com formação para instrutor, porém não credenciado ao Detran e não vinculado a um Centro de Formação de Condutores (CFC) desde 2007.
Ronaldo Soares Costa atropelou cinco pessoas na plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto, na manhã desta quarta-feira (6/7). Entre os atropelados estão uma criança de colo e quatro adultos. As vítimas foram encaminhadas ao Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) e já receberam alta. O enterro Gisele Boaventura está marcado para esta quinta-feira, no cemitério de Taguatinga.