Diante dos resultados das análises de água do Lago Paranoá, em Brasília, divulgados pela Caesb, o professor José Francisco Gonçalves Júnior refez os testes e, diferentemente do que tinha encontrado nas primeiras análises, não identificou níveis de ferro e zinco acima do recomendado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Por causa da divergência nos resultados em relação aos metais, a equipe da série especial de reportagens Águas do DF vai voltar ao Lago Paranoá e fazer novas coletas nos três locais onde houve divergências. As novas amostras vão ser analisadas e os resultados, divulgados na próxima terça-feira (18).
A série Águas do DF já passou pelos seguintes pontos do Lago Paranoá:
Foz do Riacho Fundo: zinco e ferro nessa área estavam acima do permitido pela legislação na primeira análise;Ponte JK: altas quantidades de zinco na primeira análise;Deck Sul: altas quantidades de zinco na primeira análise.Em todos os casos, a reportagem ouviu a Caesb, que afirmou nunca ter detectado níveis elevados desses elementos no monitoramento que faz do Lago Paranoá. Por isso, o especialista responsável pelas análises apresentadas na série resolveu refazer os estudos.
A reanálise foi possível porque, quando as coletas foram realizadas, os pesquisadores coletaram duas amostras em cada ponto: uma para análise e outra para servir de contraprova, ou seja, para fazer uma rechecagem, caso necessário.
Segundo o especialista, existem duas hipóteses para divergência de resultados:
a solução usada para limpar o equipamento estivesse contaminada por metais;as próprias amostras tenham sido contaminadas por algum descuido de manipulação, visto que sempre tem reagentes próximos a essas amostras.
O professor afirma que identificou divergências apenas nos resultados dos metais, porque os resultados das contraprovas para outros elementos foram semelhantes aos das análises feitas inicialmente.