O desaparecimento de 10 pessoas de uma mesma família do DF ganhou novos desdobramentos nessa quarta-feira (18/1)
O caso envolvendo o desaparecimento de 10 pessoas de uma mesma família do Itapoã teve novos desdobramentos nessa quarta-feira (18/1). Após localizar um sétimo corpo do sexo masculino, que estaria ligado à chacina, a Polícia Civil do DF (PCDF) passou a descartar o envolvimento de pai e filho no assassinato em série. Agentes ainda tentam identificar o paradeiro de quatro membros da família.
Para tentar resolver o mistério em torno da chacina, a PCDF trabalhava com duas linhas de investigação. Uma delas era de que o marido de Elizamar da Silva, 39 anos, Thiago Gabriel Belchior, 30, e o pai dele, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54, seriam mandantes do assassinato da cabeleireira e dos filhos.
A outra possibilidade, que ganhou força nessa quarta, após a localização de um cadáver do sexo masculino, é a de que Thiago Gabriel e Marcos Antônio também teriam sido assassinados, pois estão desaparecidos.
Para tentar resolver o mistério em torno da chacina, a PCDF trabalhava com duas linhas de investigação. Uma delas era de que o marido de Elizamar da Silva, 39 anos, Thiago Gabriel Belchior, 30, e o pai dele, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54, seriam mandantes do assassinato da cabeleireira e dos filhos.
O caso envolvendo o desaparecimento de 10 pessoas de uma mesma família do Itapoã teve novos desdobramentos nessa quarta-feira (18/01). Após localizar um sétimo corpo do sexo masculino, que estaria ligado à chacina, a Polícia Civil do DF (PCDF) passou a descartar o envolvimento de pai e filho no assassinato em série. Agentes ainda tentam identificar o paradeiro de quatro membros da família.
Os policiais suspeitavam de que Thiago Gabriel e Marcos Antônio queriam matar Elizamar e os filhos dela, além de Renata Juliene Belchior, 52, e Gabriela Belchior de Oliveira, 25 — sogra e cunhada da cabeleireira, respectivamente. As três mulheres e as crianças chegaram a ser mantidas em cativeiro. Até o momento, a PCDF prendeu três suspeitos de envolvimento com o crime.
O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) confirmou, nessa quarta, que o cadáver encontrado no lote que serviu de cativeiro para Renata e Gabriela estava desmembrado.
O cadáver foi achado no fim da tarde por cães farejadores. Antes, agentes chegaram a cavar cerca de 50 cm, mas não haviam encontrado nada. O endereço fica numa residência do Vale do Sol, entre o Vale do Amanhecer e o Araponga, em Planaltina. Ainda não se sabe de quem seria o corpo.
As investigações preliminares apontam que o cadáver do sexo masculino estava no local entre 4 e 10 dias.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Ricardo Viana, a linha de investigação agora sugere que os quatro membros da família que seguem desaparecidos não teriam envolvimento na morte da cabeleireira Elizamar da Silva, das três crianças, de Renata e Gabriela.
“Agora, trabalhamos com a tese de que Gideon, Horácio e Fabrício se associaram, subtraindo valores da família e ceifando as vítimas uma a uma. Com a localização desse sétimo corpo, a coautoria fica prejudicada. Os membros desaparecidos não praticaram o crime juntos e não estavam em conluio com as três pessoas presas”, disse Ricardo Viana.
O crime teria sido motivado pela cobiça, segundo Viana, tendo em vista que os acusados tomaram conhecimento da circulação de uma grande quantia de dinheiro pela venda de imóveis na família. “É uma questão patrimonial. Eles moravam na mesma chácara que a família, sabiam da rotina deles e bolaram o crime”, detalha.
Três autores do crime foram presos. Horácio Ferreira Barbosa, 49, Gideon Batista de Menezes, 55, e Fabrício Silva Canhedo, 34, acabaram detidos pela PCDF. Os envolvidos receberiam R$ 100 mil pelas mortes encomendadas – um montante de cerca de R$ 15 mil já estava em posse deles. O dinheiro foi apreendido pelos investigadores.
Um dos presos por suspeita de participar da chacina da família da cabeleireira Elizamar da Silva revelou, em depoimento, que vigiou a sogra e a cunhada dela em um cativeiro na cidade de Planaltina (DF) por duas semanas. Elas ficavam vendadas e amarradas.
O vendedor Fabrício Silva Canhedo disse à polícia, na terça-feira (17/01), que foi convidado por Gideon Batista, outro preso, para ajudar no sequestro de Renata e Gabriela.
Gideon teria falado que o chefe do plano criminoso era Marcos Antônio Lopes de Oliveira, o sogro de Elizamar. De acordo com ele, Marcos ganharia R$ 100 mil pelo sequestro, e o dinheiro seria dividido entre os participantes do esquema.
No depoimento, Fabrício disse que ficou por duas semanas cuidando de Renata e Gabriela no cativeiro. O documento não esclarece mais detalhes, mas reportagem anterior do Metrópoles mostrou que os criminosos usavam os celulares das vítimas se passando por elas e dando uma falsa aparência de que estaria tudo bem.
Outras duas mulheres, Cláudia e Ana Beatriz, teriam sido levadas até o cativeiro, de mãos amarradas e olhos vendados, segundo Fabrício. A primeira seria ex-mulher de Marcos, o sogro de Elizamar, e a segunda, filha dele com Cláudia.
O vendedor Fabrício garantiu que não sabia o que seria feito das mulheres. “Apenas após ver a reportagem é que vi que Renata e Gabriela foram queimadas”, diz trecho do depoimento do vendedor.
Ao deixar o cativeiro com as duas vítimas sequestradas, Gideon dirigia um Renault Scenic prata e Horácio conduzia um Fiat Siena branco, segundo depoimento. O carro encontrado queimado com dois corpos em Unaí (MG) na madrugada de segunda-feira (16/1) era um Siena branco. O Scenic prata estava na casa de Fabrício.
Uma perícia realizada pelo Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte apontou que os dois corpos carbonizados encontrados dentro de um carro em Unaí são de duas mulheres. A informação foi confirmada pelo médico-legista do setor de Antropologia Forense Alexander Santos Dionísio.
Fabrício confessou que recebeu R$ 2 mil para vigiar Renata e Gabriela no cativeiro por duas semanas. O vendedor disse que cozinhava para as vítimas, além de levá-las ao banheiro. Gideon teria contratado Fabrício e informado que o mandante seria o sogro de Elizamar, mas a polícia suspeita de que o sogro e o marido da cabeleireira também foram mortos.
O mecânico Horácio Barbosa chorou ao confessar o assassinato da cabeleireira Elizamar da Silva, dos três filhos, da sogra e cunhada dela.
Horácio afirmou em depoimento que recebeu entre R$ 4 mil e R$ 5 mil para cometer o crime. Ele disse que o próprio Marcos teria encomendado os assassinatos.
Pontuou que a ideia inicial, no entanto, seria executar apenas Renata e Gabriela, esposa e filha de Marcos, respectivamente. O valor total do pagamento era R$ 100 mil – montante que deveria ser dividido entre Horácio e Gideon Batista. Parte do pagamento seria com um Siena preto.
O mecânico ainda fala no depoimento que o motivo de Marcos cometer o crime seria para largar Renata e viver com sua outra família, que seria composta pela ex-mulher Cláudia Regina e a filha que teve com ela, Ana Beatriz. Essa versão ainda está sendo apurada pela Polícia Civil de Goiás e do Distrito Federal.
Na segunda-feira (16/1), um boletim de ocorrência foi registrado na 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) indicando o desaparecimento de Cláudia Regina Marques de Oliveira e de Ana Beatriz Marques de Oliveira, ex-esposa e filha de Marcos Antônio Lopes de Oliveira, respectivamente.
Segundo informações contidas no registro, mãe e filha teriam sumido em 13 de janeiro, assim como todos os outros desaparecidos. Familiares, no entanto, só tomaram conhecimento da ausência das duas três dias depois.