O navio é o Endurance, que foi comandado pelo explorador Ernest Shackleton no começo do século 20 e naufragou em novembro de 1915
Telas mostram imagens do Endurance, navio que naufragou em 1915 e foi encontrado em 2022 — Foto: Esther Horvath / Falklands Maritime Heritage Trust / AFP
Os destroços de um navio que naufragou na Antártica, no Polo Sul, há mais de 100 anos, foram encontrados por uma equipe de buscas há mais de 3.000 metros de profundidade. O anúncio da descoberta foi feito nesta quarta-feira (9).
O navio é o Endurance, que foi comandado pelo explorador Ernest Shackleton no começo do século 20.
Com três mastros, o navio naufragou em novembro de 1915. Shackleton estava tentando fazer a primeira travessia por terra da Antártica.
Outras tentativas de encontrar o naufrágio fracassaram por causa das condições do tempo no Mar de Weddell, onde está o navio.
A localização foi definida pelo capitão da embarcação, Frank Worsley, em 1915. O Endurance foi encontrado a cerca de seis quilômetros da posição descrita pelo capitão.
A missão que encontrou o naufrágio chama-se Endurance22, e foi organizada por um fundo das Ilhas Malvinas. Eles empregaram veículos subaquáticos que têm câmeras de alta definição e scanners para rastrear o que há no fundo do mar.
As imagens mostram que o barco está em boas condições — é possível ver claramente o nome no navio.
“Estamos muito felizes pela nossa sorte, esse é, de longe, o melhor naufrágio de navio de madeira que já vi, está intacto, em um estado brilhante de conservação”, disse Mensum Bound, diretor da expedição.
O grupo que encontrou o naufrágio é liderado pelo explorador britânico John Shears. Eles trabalharam em uma embarcação sul-africana que quebra gelo, a Agulhas II.
Além de buscar o naufrágio, a equipe também pesquisa efeitos da mudança climática.
Em 1915, a equipe inteira do Endurance (28 marinheiros) conseguiu voltar para casa. Essa é considerada uma das grandes histórias de sobrevivência da humanidade.
Eles atravessaram pelo gelo formado no mar, comendo focas e pinguins, até que conseguiram navegar em três barcos de salva-vidas e chegar até a ilha de Elephant, que é inabitada.
De lá, Shackleton e alguns marinheiros remaram 1.300 quilômetros em um dos barcos de salva-vidas até a ilha de Georgia do Sul. Uma estação de caça de baleias ajudou os náufragos.
Shackleton fez várias tentativas para resgatar o resto de sua equipe, e conseguiu leva-los para a terra na quarta vez.