Carol e o marido logo fizeram muito sucesso com suas coxinhas na cidade de Andradas (MG)
Por falta de tempo e planejamento, Carol Martinelli, 37 anos, proprietária da rede Carol Coxinhas, ainda não conseguiu realizar o sonho de levar seus filhos, Letícia e Henrico, para conhecer a Disney. Mas deste ano não passa, ela garante. Com a mesma convicção e naturalidade, Carol conta que vai abrir mais dez lojas até o final do ano. Atualmente, seus salgadinhos já são vendidos em mais de 40 pontos espalhados por São Paulo, Minas Gerais e Bahia.
Carol e o marido Alexandre, desde que se casaram, queriam ter um negócio. Ela já tinha experiência com vendas, pois sua mãe fazia pamonhas e ela e os irmãos, desde pequenos, saíam às ruas de Andradas, em Minas Gerais, para vendê-las.
Mais tarde, Carol trabalhou em um supermercado e em uma fábrica de rosquinhas. Até que conseguiu um dinheiro no banco para dar de entrada em uma lanchonete falida da cidade. "As pessoas diziam que eu e meu marido éramos loucos, que o ponto era ruim, que ali nada dava certo", lembra.
O negócio custou R$ 30 mil. Metade do valor eles pagaram com o empréstimo e o restante, parcelaram. "Era o que cabia no nosso bolso. Nos primeiros dias, a gente chorava porque não tínhamos dinheiro para nada", conta. Com a ajuda de amigos e parentes, que fizeram questão de prestigiar a lanchonete, conseguiram fechar o caixa com R$ 20, quando muito, nos primeiros dias de funcionamento. Mas Carol não demorou muito para virar o jogo e, no segundo ano do negócio, já vendia R$ 8 mil por dia. "Trabalhávamos de domingo a domingo. Meu marido fazia os lanches e eu ficava no atendimento. E, só no boca a boca, transformamos a lanchonete, que passou a ser considerada a melhor da cidade", diz.
Após quatro anos, eles começaram a pensar na possibilidade de investir em outro negócio. Em paralelo à lanchonete, abriram uma casa de sucos. Deu certo, mas ainda não era um negócio viável para transformar em franquia. "Nossa meta era fazer de um negócio, vários negócios. Por isso, em janeiro de 2015, abrimos a primeira loja Carol Coxinhas", conta. A lanchonete foi vendida por R$ 220 mil e o dinheiro revertido para a compra do maquinário com que eles começaram a fazer os salgados. Atualmente, a empresa, que tem faturamento de R$ 15 milhões por ano com as franquias, produz até 9 milhões de coxinhas por mês. "Conseguimos entregar mais de mil salgados em cerca de 20 minutos", garante Carol.
Receita Especial de Familia
A família teve papel importante para o negócio deslanchar. Por isso, na empresa, 30% dos funcionários são familiares. Até mesmo o dono da receita tradicional, o tio do marido. O sabor foi o primeiro diferencial da marca, mas Carol não parou de inovar. A loja oferece um mix com mais de 30 produtos, incluindo sabores bem inusitados, como morangoxinha (massa crocante de coxinha com recheio de morango), baconxinha (massa crocante com requeijão cremoso e pedacinhos de bacon) e coxibe (mistura de coxinha e quibe). Carol afirma que todos os produtos, desde os mais tradicionais até as criações mais improváveis, têm o melhor sabor, a melhor massa e o melhor melhor recheio: "A excelência é o nosso padrão de qualidade".
Também deu muito certo a ideia de servir a coxinha em copos de diversos tamanhos, de acordo com a fome do cliente. Inicialmente, as porções eram oferecidas em copos de plástico, mas Carol decidiu apostar em embalagens exclusivas para colocar os salgados e os doces comercializados pela sua marca. Seus clientes, ou coxifans, como ela gosta de chamar, podem contar até com coximojis, embalagens customizadas com carinhas inspiradas nos emojis.
Coxinhas viajando o Brasil
O negócio nasceu em Andradras, cidade mineira com 40 mil habitantes. No segundo mês de funcionamento da primeira loja Carol Coxinhas, uma pessoa de Poços de Caldas já procurou a família com a intenção de tornar-se franqueada. A segunda loja de Minas não demorou a receber vários prêmios locais e, para alcançar outras regiões, foi apenas uma questão de tempo.
Tantas conquistas foram o resultado de um trabalho árduo. Houve uma época em que os domingos eram o único dia livre da família e isso ainda foi um avanço. "No comecinho, com a lanchonete, trabalhávamos direto", diz. Agora, ela consegue desacelerar, no entanto, não abandona o controle dos negócios, tanto que é difícil sair de férias. Ela também não para de investir: em maquinários, imóveis, carros, tudo para manter seu crescimento, de maneira sustentável.
Para Carol, o mais importante é não desistir quando surgem as primeiras dificuldades: "O sucesso não vem de uma hora para outra, é um longo caminho". Hoje, ela se sente realizada por poder ajudar outras pessoas a terem seus próprios negócios. "Para se tornar um franqueado, o investimento é de aproximadamente R$ 90 mil", diz.
Fonte: UNIVERSA / UOL