Ministério Público Federal aponta que o ex-deputado federal goiano Alexandre Baldy teria recebido, em Goiânia, R$ 500 mil de propina
Preso pela Polícia Federal, Alexandre Baldy pediu licença de 30 dias do cargo da secretaria de Transportes do Estado de São Paulo (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Rodrigo Dias, primo do secretário licenciado de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy (Progressistas), teria recebido parte de propina de esquema com a Fio Cruz em uma caixa de gravatas, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF) de Rio de Janeiro. A quantia recebia teria sido R$ 250 mil. Ele foi preso durante a Operação Dardanários, realizada na quinta-feira (6).
Além disso, o MPF aponta que Baldy teria recebido, em Goiânia, propina de R$ 500 mil de dinheiro desviado dos cofres públicos do Rio de Janeiro. Em outra ocasião, ele teria recebido, em seu flat, em São Paulo, parte de R$ 900 mil acertados para liberação de pagamentos atrasados à organização social Pró-Saúde, em 2014.
Os relatos estão em delações premiadas da Operação Lava Jato. Segundo o MPF, os repasses fazem parte de esquema que favorecia a Organização Social (OS) Pró-Saúde na administração do Hospital de Urgência da Região Sudoeste (Hurso), em Goiás. A delação diz que Baldy, então candidato a deputado federal, solicitou repasses para a campanha. A promessa era que o progressista ajudasse com valores atrasados do governo do Estado para a OS.
Em outra ocasião, o ex-secretário teria recebido R$ 100 mil, em agosto de 2018, no escritório de uma empresa em um shopping de São Paulo.
Em nota, a assessoria de comunicação do ex-parlamentar diz que Alexandre Baldy tem sua vida pautada pelo trabalho, correção e retidão. Foi desnecessário e exagerado determinar uma prisão por fatos de 2013, ocorridos em Goiás, dos quais ele sequer participou.
A nota ainda diz que Baldy sempre esteve à disposição para esclarecer qualquer questão, “jamais havendo sido questionado ou interrogado, com todos os seus bens declarados, inclusive os que são mencionados nesta situação”. “A medida é descabida e as providências para a sua revogação serão tomadas”, finaliza.
A Pró-Saúde informa que, desde 2017, tem colaborado de forma irrestrita com as investigações e vem adotando ações para fortalecimento de sua integridade institucional.
A Polícia Federal cumpriu seis mandados de prisão temporária e 11 de busca e apreensão na quinta-feira (6), a partir de investigação de organização criminosa que negociava e intermediava repasses para organização social que administrou diversos hospitais, entre eles o Hurso, em Goiás. A partir de colaboração premiada de ex-diretores foi elucidado o pagamento de vantagens indevidas em favor da OS Pró-Saúde, que administrou o hospital entre 2010 e 2017.
Entre os detidos estão Baldy, o primo Rodrigo Dias e Rafael Lousa, ex-presidente da Junta Comercial de Goiás (Juceg).