Valor do litro do renovável teve incremento de 0,6% na semana, mas o de seu concorrente fóssil baixou 0,2%
Os preços do etanol subiram na média nacional na semana, embora os da gasolina tenham registrado baixa, em uma inversão do ocorrido no período anterior. Entre 24 e 30 de março, o biocombustível saiu de R$ 3,57 por litro para R$ 3,59/L, incremento de 0,6%, e o seu concorrente fóssil passou de R$ 5,75/L para R$ 5,74/L, queda de 0,2%.
Os números divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) levam em conta não somente o que é observado nos postos, mas também os volumes vendidos – desta forma, grandes mercados consumidores têm maior representatividade no resultado.
Com isso, o renovável reduziu levemente a sua vantagem comercial, mas seguiu dentro da faixa considerada economicamente vantajosa para o consumidor. Conforme a ANP, a relação entre o preço do etanol e o da gasolina foi de 62,5% na média nacional, acima dos 62,1% de uma semana antes.
Nas médias estaduais, por sua vez, o biocombustível é competitivo em 11 estados e no Distrito Federal.
Nas usinas paulistas, o etanol hidratado saiu de R$ 2,1684/L para R$ 2,2777/L, alta de 5%. Além disso, houve incremento de 9,7% nas produtoras goianas e de 1,4% nas mato-grossenses. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP.
Em relação ao valor nos postos, a amostragem de municípios tem mudado a cada análise. No período mais recente, a pesquisa foi feita em 447 cidades, uma a mais do que na semana anterior.
Segundo a ANP, de 24 a 30 de março, os preços do etanol subiram em 13 estados, caíram em sete e no Distrito Federal e ficaram estáveis em seis. Já os da gasolina aumentaram em 11 unidades da federação, caíram em 11 e ficaram estáveis em cinco.
Em São Paulo, o biocombustível subiu 0,6%, para R$ 3,43/L, na média. Já a gasolina foi vendida a R$ 5,62/L, com alta 0,4%. Com isso, a relação entre os preços foi de 61%, um patamar considerado economicamente favorável para o renovável.
Em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 3,76/L, com estabilidade na semana. Enquanto isso, a gasolina caiu 0,2%, indo a R$ 5,81/L. Assim, a relação entre os preços dos combustíveis ficou em 64,7%, um resultado vantajoso para o consumo do renovável, mas a maior relação entre os seis estados que mais produzem o biocombustível.
Por sua vez, Minas Gerais registrou alta de 1,7% no preço médio do etanol, para R$ 3,58/L; já a gasolina subiu 0,4%, para R$ 5,59/L. Desta forma, o renovável custou o equivalente a 64% do preço do combustível fóssil, também em um nível economicamente favorável.
Em Mato Grosso, o preço médio do etanol ficou estável em R$ 3,12/L, no menor valor dentre todos os estados. No período, a gasolina caiu 0,5%, para R$ 5,84/L. Com isso, a relação entre os preços ficou em 53,4%, a mais competitiva para o biocombustível no país.
Já em Mato Grosso do Sul, o etanol caiu 0,6% para R$ 3,42/L, enquanto a gasolina ficou estável em R$ 5,63/L. Assim, o valor biocombustível correspondeu a 60,7% do preço de seu concorrente fóssil, em uma relação comercialmente favorável para o renovável.
Por fim, no Paraná, o etanol custou o equivalente a 64,3% do preço da gasolina, um patamar também vantajoso para o biocombustível. No período, o valor do etanol caiu 0,3%, para R$ 3,85/L, e o da gasolina baixou 0,2%, para R$ 5,99/L.
Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também é possível acessar gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.
Atualmente, a empresa contratada pela ANP para a realização do levantamento é a Triad Research Consultoria e Pesquisa de Mercado. A vigência do acordo começou em 26 de setembro de 2022 e o cronograma previa um crescimento gradual da amostragem, atingindo 459 municípios até 16 de abril de 2023.
O levantamento mais recente, entretanto, totalizou 447 municípios.
Sobre o assunto, a agência justifica: “É possível que a abrangência geográfica sofra variações em determinadas semanas, devido a problemas operacionais pontuais”.