O túnel já estava finalizado e o grupo já estava quase iniciando o assalto quando a operação ocorreu, de acordo com o delegado
Uma quadrilha que havia escavado um túnel de 63 metros até a central do Banco do Brasil, em Campo Grande (MS), foi descoberta e presa na madrugada deste domingo (22). Uma operação da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul para prender o grupo terminou com dois mortos e sete presos.
Segundo a corporação, a organização criminosa era formada por mais de 20 pessoas especializadas em assaltos a bancos em todo o país. Eles alugaram uma casa próxima ao banco, no Bairro Monte Castelo, de onde começaram a cavar, e também ficavam escondidos em outros endereços.
O túnel já estava finalizado e o grupo já estava quase iniciando o assalto quando a operação ocorreu, de acordo com o delegado João Paulo Sartori. “Eles fizeram um furo e usavam uma broca com uma câmera para visualizar o que tinha dentro do cofre”, afirma.
Fotos divulgadas pela polícia mostram um túnel estreito sustentado por troncos de madeira, com muita lama no chão, pouca iluminação e um ventilador. O acesso ao buraco é feito por uma escada em uma abertura no chão. Do lado de fora, uma pilha de sacos estoca a terra retirada na escavação.
A Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Resgate a Assaltos e Sequestros), que investigava o caso há mais de seis meses, fez incursões em vários imóveis. Alguns dos integrantes da quadrilha foram pegos quando saíram para pegar ferramentas.
O confronto que deixou dois mortos ocorreu em uma avenida, afirmou Sartori, sem dar mais explicações. Os detalhes da operação, diz ele, serão divulgados nesta segunda (23) durante uma entrevista coletiva.
Eles querem apresentar o túnel para a imprensa, mas ainda não sabem como. “Nós estamos estudando a forma de fazer isso, uma vez que por conta das chuvas que caem na cidade há riscos de desabamento”, disse o delegado Fábio Peró em nota da polícia.
Os investigadores ainda não informaram a identidade dos presos, que incluem uma mulher, nem dos mortos na ação. Sobre valores, o órgão fala apenas que impediu uma “ação criminosa que causaria milhões em prejuízos”.