A Operação Formosa é realizada desde 1988. Neste ano, conta com a participação inédita do Exército e Aeronáutica
A Operação Formosa promoveu, pela primeira vez desde que passou a acontecer, um desfile de blindados militares nesta terça (10/08) pelos arredores do Congresso Nacional. Conforme a Marinha, a operação consiste num treinamento militar que acontece desde 1988 no Campo de Instrução de Formosa (CIF), no Entorno do Distrito Federal, com o objetivo de “assegurar o preparo do Corpo de Fuzileiros Navais como força estratégica, de pronto emprego e de caráter anfíbio e expedicionário”.
Este ano, a operação conta com cerca de 2,5 mil membros das três Forças. Em 2019, o número do efetivo foi de 1,9 mil militares. Em 2018, foi de 1,6 mil. Em 2020, no entanto, o número de militares envolvidos foi de apenas 500.
Nesta manhã, cerca de 40 veículos militares, entre blindados, tanques, caminhões e jipes passaram em frente ao Palácio do Planalto, fato inédito desde o início da operação, que contará com membros do Exército e Aeronáutica. A participação dessas duas últimas Forças é outro fato inédito.
Em nota divulgada na última segunda-feira (9), a Marinha informou que, anualmente, “diversas autoridades dos Poderes da República são convidadas para assistir ao dia de Demonstração Operativa, que, este ano, ocorrerá em 16 de agosto”. “Serão convidados o Presidente da República, o Vice-Presidente da República, os Ministros de Estado, bem como os Presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, além de diversas autoridades”.
Ainda conforme a nota, a entrega do convite a Bolsonaro foi planejada para contemplar um comboio composto por algumas das principais viaturas, cujo total da Operação é 150, e que iniciaram o deslocamento para o Planalto Central desde o dia 8 de julho. “Desse comboio, 14 viaturas ficarão em exposição durante essa terça-feira (10), em frente ao prédio da Marinha na Esplanada dos Ministérios”.
O dia escolhido para o desfile do comboio militar chamou a atenção de muito por ser quando a Câmara dos Deputados deve votar a PEC do Voto Impresso, bandeira fortemente defendida por Bolsonaro e que mobiliza seus apoiadores. Alguns políticos, como o senador Randolfe Rodrigues, chegou a afirmar que os tanques estavam sendo usados para intimidar o Congresso.
Porém, na nota divulgada, a Marinha negou qualquer ligação do desfile dos blindados com a votação da PEC. “Essa entrega simbólica foi planejada antes da agenda para a votação da PEC 135/2019 no Plenário da Câmara dos Deputados, não possuindo relação com a mesma, ou qualquer outro ato em curso nos Poderes da República”, finalizou.