Temas econômicos estão dando o tom de programas eleitorais dos candidatos à Presidência nesta reta final de campanha
A julgar pelas promessas veiculadas na tarde desta quarta-feira (26/10), pelas campanhas dos dois candidatos à Presidência da República, independentemente de quem vença, os brasileiros poderão contar nos próximos anos com um salário mínimo reajustado acima da inflação e com ajuda do governo para renegociar dívidas.
Os programas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) na propaganda eleitoral gratuita faltando quatro dias para o segundo turno foram bastante focados na economia, com promessas parecidas, mas com duras críticas ao modelo econômico do adversário.
O programa de Lula, que foi o primeiro a ser veiculado nesta quarta, cumprindo rodízio previsto pela Justiça Eleitoral, começou e terminou com críticas à inflação, sobretudo em relação aos alimentos, e culpou Bolsonaro pela carestia.
A promessa de um salário mínimo com reajustes acima da inflação “em todos os anos” também foi valorizada na peça petista, junto a críticas ao atual presidente, por não ter concedido nenhum aumento real ao mínimo e, por consequência, a aposentadorias e pensões.
Em sua vez, a propaganda da campanha de Bolsonaro culpou a pandemia e a guerra na Ucrânia por dificuldades que impediram os reajustes acima de inflação, alegou que agora a casa está arrumada e também prometeu salários com correção, tanto o mínimo quanto o de servidores públicos.
O debate sobre o salário mínimo ganhou destaque nesta reta final da campanha, após o PT começar a explorar uma fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre desligar os reajustes dos benefícios do cálculo da inflação.
Desde então, o governo e a campanha de Bolsonaro têm se esforçado para garantir que o plano não será executado e que haverá reajustes se o presidente for reeleito.
As dívidas das famílias também foram tema dos dois programas. Lula havia entrado nesse assunto após o primeiro turno, incorporando a seu programa uma promessa do pedetista Ciro Gomes. Já Bolsonaro começou a focar nessas promessas econômicas mais para o final da campanha.
Foco da campanha de Bolsonaro nesta semana, a denúncia de que rádios estariam boicotando as inserções do presidente não foi levada para o programa bolsonarista na TV. Já a peça do PT não tocou no caso do ataque de um aliado de Bolsonaro, Roberto Jefferson, a policiais federais, apesar de o partido estar explorando o episódio nas redes sociais.
O programa de Bolsonaro também bateu na inflação, mas na da Argentina, lembrando que o presidente do país vizinho, Alberto Fernández, é aliado de Lula. A herança econômica das gestões de Lula e Dilma Rousseff (PT) também foi criticada no programa de Bolsonaro desta quarta-feira.
Já o programa de Lula bateu em Bolsonaro nos temas economia e pandemia, acusando o presidente de ter sido desumano na gestão da crise do coronavírus.
Informações: Metrópoles