Vice-presidente afirma que assunto "é coisa de tablóide sensacionalista"
O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) classificou como “coisa de tabloide sensacionalista” a repercussão em torno da notícia de que Exército, Marinha e Aeronáutica providenciaram a aquisição de 35 mil comprimidos de Viagra. Mourão também brincou com o assunto.
“Então, tem o velhinho aqui [aponta para si próprio]. Eu não posso usar o meu Viagra, pô? O que são 35 mil comprimidos de Viagra para 110 mil velhinhos que tem? Não é nada”, afirmou.
O vice-presidente não vê problema na compra dos comprimidos porque, segundo ele, o sistema de saúde das Forças Armadas também é guarnecido com parte do salário dos militares.
“Lógico que está havendo exagero. Mesmo que seja para o cara usar [para disfunção erétil]. Vamos colocar como funciona o sistema de saúde do Exército: um terço é recurso da União, que é o chamado fator de custo, é a contrapartida da União para os militares. E dois terços é o fundo de saúde que é bancado pela gente. Então, eu desconto 3% do meu salário para o fundo de saúde. E todos os procedimentos que eu faço a gente paga 20%, além dos 3% que ele desconta. Nós temos farmácias. A farmácia vende medicamentos. E o medicamento é comprado com recursos do fundo”, argumentou.
A notícia de que Exército, Marinha e Aeronáutica desembolsaram dinheiro para comprar medicamento para disfunção erétil veio a público por intermédio do deputado federal Elias Vaz (PSB), de Goiás. Houve autorização para pregões destinados a comprar 35.320 comprimidos desde 2019.
Além dos comprimidos de Viagra, levantamentos mostraram que as Forças Armadas autorizaram a compra de 60 próteses penianas. O Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF) foram acionados para investigar as compras.
Nesta quarta-feira (13), o presidente Jair Bolsonaro (PL) também comentou o assunto. Ele afirmou que 35 mil comprimentos não são “nada” e criticou a cobertura da imprensa sobre a questão.
“As Forças Armadas compram Viagra para combater a hipertensão arterial e, também, as doenças reumatológicas. Foram 30 e poucos mil comprimidos para o Exército, 10 mil para a Marinha e eu não peguei da Aeronáutica, mas deve perfazer o valor de 50 mil comprimidos. Com todo o respeito, isso é nada… A quantidade para o efetivo das três Forças, obviamente, muito mais usado pelos inativos e pensionistas”, disse.