Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta será exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro. (Carolina Antunes/PR)
Luiz Henrique Mandetta está demitido do cargo de ministro de Saúde do governo Jair Bolsonaro (sem partido). A informação da exoneração do médico de 55 anos foi confirmada por ele mesmo nesta quinta-feira (15). O nome de Nelson Teich é o escolhido para o comando do Ministério da Saúde.
Mandetta foi chamado ao Palácio do Planato nesta tarde para a última conversa com Bolsonaro e oficializar a exoneração.
Ontem (14), Mandetta ressaltou o tom de despedida admitiu que seria demitido na entrevista coletiva. Contudo, declarou que recusou o pedido de demissão do seu braço direito, o secretário de Vigilância Wanderson Oliveira. “Vamos sair juntos”, disseram.
Vale lembrar que, na semana passada, a exoneração de Mandetta foi impedida por ministros da ala militar. Contudo, o apoio dos militares acabou após a entrevista exclusiva à Rede Globo no último domingo (12).
Ao Fantástico, Mandetta disse que a população “não sabe se escuta o ministro ou o presidente”. Além disso, ele também fez uma crítica direta a Bolsonaro:
“Quando você vê as pessoas entrando em padaria, entrando em supermercado, fazendo filas uma atrás da outra, encostadas, grudadas, pessoas fazendo piquenique em parque, isso é claramente uma coisa equivocada”, declarou Mandetta.
A fala foi uma crítica direta a Bolsonaro, já que o presidente visitou uma padaria e abraçou seus apoiadores. Antes, ele ainda visitou comércios do Distrito Federal, em Taguatinga, Sobradinho e Ceilândia.
MANDETTA É DEMITIDO POR BOLSONARO
A permanência de Mandetta se tornou insustentável após semanas de conflitos com o presidente Jair Bolsonaro. O estopim foi a entrevista à Globo, mas Bolsonaro adotou uma postura contrária às recomendações das autoridades sanitárias, incluindo a OMS (Organização Mundial da Saúde), desde o início da crise do coronavírus.
Além de pedir o fim do isolamento social, Bolsonaro criticou a imprensa por causar ‘histeria’ sobre a Covid-19, que, na sua visão, trata-se de apenas de uma ‘gripezinha’. Para completar, o presidente prioriza o setor econômico e vê o desemprego como o principal risco da doença.
As ações tiveram reações duras de Mandetta. Em uma reunião com o presidente e outras autoridades, o ministro da Saúde cobrou uma postura mais séria de Bolsonaro: “estamos prontos para caminhões levando corpos?”, questionou.
Mandetta também cobrou que Bolsonaro parasse de menosprezar a doença e fizesse um plano de união com governadores e prefeitos, criticados pelo presidente por adotarem medidas muito restritivas.