Mensagem racista foi enviada durante pedido em confeitaria da capital goiana, nessa quinta-feira (3/3)
Uma cliente de um aplicativo de delivery em Goiânia fez uma solicitação racista ao finalizar o pedido em uma confeitaria, nessa quinta-feira (3/3).
A empresária dona do estabelecimento ficou indignada com a situação. A cliente fez a seguinte observação: “Por favor, mandem um entregador branco, não gosto de pretos nem pardos. Venham rápido”.
A mensagem dela apareceu no recibo da compra (foto). O nome da pessoa que consta no perfil que escreveu a solicitação não foi divulgado.
A empresária diz que ficou tão desnorteada ao ler o que a cliente escreveu que até pediu desculpas para o entregador que foi buscar o pedido.
Toda a situação ocorreu na plataforma do Ifood, que disse repudiar “qualquer ato de discriminação” e que irá iniciar um processo interno de investigação “para que as devidas providências sejam tomadas, incluindo o descadastramento” do perfil da cliente.
Esse tipo de situação envolvendo mensagens racistas em relação aos entregadores de plataformas de delivery tem sido recorrente em Goiânia.
Em janeiro deste ano, o perfil de um usuário adolescente avaliou negativamente a entrega feita por uma lanchonete da capital e colocou como motivo a seguinte justificativa: “entregador negro”.
A ocorrência gerou reação organizada dos entregadores da cidade, que fizeram manifestação na porta do prédio do garoto de apenas 14 anos. A investigação da Polícia Civil de Goiás (PCGO) acabou por inocentá-lo.
Conforme o delegado responsável pelo caso, Qeops Barreto, o comentário racista foi feito por um amigo do adolescente, que compartilhava a conta com ele. O suspeito, de 16 anos, é de São Paulo e estava na cidade de Penedo (AL).
No caso ocorrido nessa quinta-feira, ao chegar para fazer a entrega, o entregador perguntou quem havia escrito a mensagem racista às duas mulheres que receberam o pedido.
Segundo ele, as duas alegaram que o pedido era delas, mas que a mensagem não havia sido escrito por elas. Uma teria dito, ainda, que poderia ser o marido, mas depois disse que não. Elas não explicaram direito.
O caso não foi registrado oficialmente na Polícia Civil, mas deverá ser investigado mesmo assim pelo Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerâncias (Geacri).