Ainda não há detalhes do que aconteceu durante o procedimento
Uma idosa de 67 anos morreu no início da tarde desta segunda-feira (27/12), enquanto realizava uma consulta em uma clínica odontológica no Bairro Nazaré, Região Nordeste de Belo Horizonte.
Segundo as primeiras informações da Polícia Militar, o solicitante da chamada via 190 afirmou que a mulher foi à clínica para fazer a extração de um dente e morreu no local.
O Samu também foi acionado e confirmou a morte da idosa. Ainda não há detalhes do que aconteceu durante o procedimento.
A perícia da Polícia Civil foi acionada para investigação.
A reportagem entrou em contato com o número que aparece na porta da clínica e não obteve retorno.
Situação do estabelecimento
Segundo o Conselho Regional de Odontologia (CRO), o dentista, o qual o nome também aparece na porta do estabelecimento, tem registro no conselho e está com a situação regular. Entretanto, não é responsável por nenhuma clínica.
“Ele colocou na porta da clínica, como sendo responsável técnico, mas ela não é registrada no CRO. A pessoa jurídica da clínica não é registrada, então não é um local credenciado para atendimento clínico na forma de pessoa jurídica e também não era rota de fiscalização, visto que não tem cadastro no conselho”, explica Raphael Castro Mota, presidente do CRO-MG.
“Há uma publicidade desse estabelecimento, que não pode nem ser chamado de clínica, é um consultório avulso que ele (dentista) colocou o nome fantasia, mas não tem o registro oficial como clínica e nem ele como sendo responsável técnico”.
Apesar do nome do profissional na porta do estabelecimento, ainda não há confirmação de que ele mesmo tenha feito o procedimento. “Precisamos apurar isso entrando em contato direto com ele, esclarecendo os fatos e solicitando o registro no conselho. A gente também não sabe se esse profissional que está elencado na porta é o mesmo que realizou o procedimento”.
“Hoje as informações chegaram, tentamos fiscalização presencial e não foi possível, pois o local estava fechado. Os endereços de contato do profissional também não foram respondidos e amanhã faremos novas diligências logo cedo”, diz Raphael.
“Pela nossa lei 4324/64, ele não poderia funcionar sem o registro no CRO. Nós desconhecíamos o seu funcionamento, mas por ter uma empresa constituída, com CNPJ, ele pode estar licenciado junto à vigilância sanitária municipal. Que é o que nós vamos buscar amanhã também, o alvará de funcionamento dele. Mas, há sim essa ressalva, o local deveria estar cadastrado junto ao conselho para exercer suas atividades”, finaliza o presidente do CRO-MG.
De acordo com a Vigilância Sanitária de Belo Horizonte o estabelecimento também não possui alvará de funcionamento no município. Veja a nota:
"A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa que a Endolife Clínica odontológica Eireli não possui Alvará de Autorização Sanitária no município. O estabelecimento, cujo CNPJ é de outro município, não está cadastrado no Sistema de Vigilância Sanitária da capital e não há solicitação de Alvará Sanitário para a clínica. É importante alertar a população que o documento deve ficar exposto no estabelecimento e visível para clientes/pacientes".