João Alberto Silveira Freitas foi espancado até a morte em um supermercado, em Porto Alegre
João Alberto Silveira Freitas, espancado até a morte no supermercado Carrefour em Porto Alegre (Foto: Reprodução)
Um grupo realiza, neste sábado (11), um protesto em frente ao Carrefour da Avenida T-9, em Goiânia, intitulado “Vidas Negras Importam”. O movimento foi proposto após a morte João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos que foi espancado até a morte no supermercado, em Porto Alegre (RS), na véspera do Dia da Consciência Negra, por um segurança e um PM temporário. A concentração está marcada para 10h.
O ato é organizado Federação Autônoma dos Trabalhadores de Goiás (FAT). Em uma publicação no Facebook, o grupo disse que não aceitaria “mais uma ação racista”. O portal tentou contato pelas redes sociais mas não obteve retorno.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, João Alberto teria discutido com a caixa do estabelecimento e foi conduzido por um segurança da loja até o estacionamento, no andar inferior. No local, ele foi espancado por um segurança e um Policial Militar (PM) temporário, que acompanhou o deslocamento da vítima.
De acordo com uma funcionária do supermercado Carrefour, Freitas teria dado um soco no PM. “A partir disso começou o tumulto, e os dois agrediram ele na tentativa de contê-lo. Eles (o PM e o segurança) chegaram a subir em cima do corpo dele, colocaram perna no pescoço ou no tórax”, informou o delegado plantonista Leandro Bodoia ao veículo de comunicação.
Na tarde desta sexta-feira (20), o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse que a morte foi “lamentável”. Contudo, ele não considerou que houve racismo no crime.
“Para mim, no Brasil não existe racismo. Isso é uma coisa que querem importar aqui para o Brasil, não existe aqui”, disse e completou: “Eu digo para você com toda tranquilidade: não tem racismo. Eu digo isso para vocês porque eu morei nos Estados Unidos. Racismo tem lá. Eu morei dois anos nos Estados Unidos. Na minha escola, que eu morei lá, o pessoal de cor, ele andava separado. Eu nunca tinha visto isso aqui no Brasil. Saí do Brasil, fui morar lá, adolescente, e fiquei impressionado. Isso no final da década de 1960. Mais ainda: o pessoal de cor sentava atrás no ônibus, não sentava na frente. Então, isso é racismo. Aqui não existe isso.”
Segundo o vice-presidente, o que existe no País é desigualdade social. “Aqui o que você pode pegar e dizer é o seguinte: existe desigualdade. Isso é uma coisa que existe no nosso país. Nós temos uma brutal desigualdade aqui, fruto de uma série de problemas, e grande parte das pessoas, vamos colocar assim, de nível mais pobre, que tem menos acesso aos bens e às necessidade da sociedade moderna, são gente de cor.”