Laudêmio é cobrado em algumas áreas de Petrópolis (RJ), beneficia herdeiros da família imperial e virou polêmica com as chuvas desta semana
O autointitulado príncipe imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, usou uma rede social para negar que a sua família mais próxima receba laudêmio, a chamada “taxa do príncipe”. Trata-se de um imposto criado por Dom Pedro II, recolhido até hoje em transações imobiliárias realizadas em algumas áreas de Petrópolis, na região serrana.
A polêmica sobre a cobrança veio à tona com as chuvas desta semana, que resultaram em mais de 130 mortos e 200 desaparecidos na cidade. Em uma postagem, Dom Bertrand afirmou que não ganha a verba da Companhia Imobiliária de Petrópolis, administrada por herdeiros da família de Dom Pedro II.
Sobre o laudêmio de Petrópolis:
— Dom Bertrand de Orleans e Bragança (@SAIRDomBertrand) February 18, 2022
Em virtude de comentários recentes, esclareço que minha Família imediata (meus irmãos, sobrinhos e eu) não recebe quaisquer quantias referentes ao laudêmio percebido pela Companhia Imobiliária de Petrópolis.
Em outro post, Dom Bertrand explicou: “Meu saudoso pai, o Príncipe Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil entre 1921 e 1981, vendeu todas as suas ações da dita Companhia Imobiliária ainda na década de 1940.”
Entretanto, há ata de assembleia da empresa com membros da realeza que traz data recente, de 2020.
Nesta sexta-feira (18/2), os deputados federais Marcelo Freixo (PSB-RJ) e Rogério Correia (PT-MG) apresentaram à Câmara projetos de lei para mudar o imposto destinado a descendentes da família imperial Orleans e Bragança. A verba passaria a ir para a Prefeitura, com o objetivo de combater desastres ambientais.
A taxa segue vigente na região onde os restos mortais do imperador foram enterrados. Dessa forma, sempre que um imóvel, localizado no antigo terreno da Fazenda do Córrego Seco – da família imperial –, muda de dono, ocorre a taxa de 2,5% sobre o valor da venda.