Agência recebeu confirmação de segundo paciente internado em hospital de Pernambuco. Superfungo não responde a tratamentos
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou um novo caso de infecção pelo superfungo Candida auris. A nova confirmação é de um segundo paciente também internado em hospital de Pernambuco (PE). Outro caso no mesmo hospital foi confirmado nesta semana.
Já são quatro os casos de Candida auris no país. Em dezembro do ano passado, o fungo foi identificado na ponta do cateter de um homem de 59 anos, que estava internado na unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital da Bahia, e na amostra clínica de urina de um paciente de 88 anos internado em um hospital de Salvador
A agência explicou que já se pode considerar um surto do superfungo:
“A definição epidemiológica de surto abrange não apenas uma grande quantidade de casos de doenças contagiosas ou de ordem sanitária, mas também o surgimento de um microrganismo novo na epidemiologia de um país ou até de um serviço de saúde”, explica a Anvisa em nota.
A agência divulgou um alerta de risco. Os casos foram notificados para a agência em 3 de janeiro. Em Pernambuco, os pacientes são uma mulher de 70 anos e um homem de 38 anos.
Superfungo pode ser fatal
O superfungo é do mesmo gênero (Candida) do fungo Candida albicans, um dos principais causadores de candidíase, mas as espécies são bem diferentes. A candidíase por C. albicans é uma doença que pode afetar pele, unhas e órgãos genitais, mas é comum e de fácil tratamento. A infecção pelo Candida auris, por sua vez, é resistente a medicamentos e pode ser fatal.
O superfungo preocupa por poder causar infecção na corrente sanguínea, sendo possivelmente fatal para pacientes imunodeprimidos ou com comorbidades. Ele também pode contaminar outras pessoas e causar surtos.
Assim como acontece em alguns casos de Covid-19, é possível que o organismo tenha uma reação exagerada ao fungo, atacando também órgãos saudáveis. Os principais sintomas da infecção são: febre, alteração da pressão arterial, dificuldade para respirar e aceleração do ritmo cardíaco.
Porém, nem todas as pessoas contaminadas sofrem os efeitos da infecção – é possível pegar o C. auris na pele ou na mucosa e não ter problemas. O risco maior é quando o fungo entra na corrente sanguínea e, nesses casos, o índice de mortalidade chega a 59%.
Veja o alerta da Anvisa sobre o superfungo: