A mãe escondeu a gravidez por 9 meses e decidiu tomar substância abortiva, mas a criança nasceu com vida e foi enterrada no quintal
Uma recém-nascida foi atacada por animais após ser enterrada pela mãe em uma cova rasa logo após o nascimento. A criança foi encontrada sem vida por um tio. O caso aconteceu na quarta-feira (20), na zona rural do município de Camocim, a 347 quilômetros de Fortaleza.
A mãe, Raimunda Nonata Laurindo da Silveira (24), foi presa em flagrante e conduzida para a Delegacia Municipal de Jijoca de Jericoacoara.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a mulher manteve a gravidez em segredo por nove meses. Na quarta-feira, decidiu ingerir um chá com propriedades abortivas e começou a sentir contrações. Raimunda foi até um terreno afastado da residência, na localidade de Buriti, onde entrou em trabalho de parto.
Quando a criança nasceu, a mãe teria enterrado o bebê e retornado à residência. Após tomar banho, um irmão percebeu que Raimunda estava sangrando e a questionou. Ela voltou ao banheiro sem dar detalhes. Em seguida, foi para a casa da irmã mais velha.
O irmão, que já suspeitava da gravidez, foi até o terreno nos fundos da casa, onde encontrou o corpo da criança, que foi parcialmente devorado por animais. Ele mesmo recolheu o corpo e informou aos demais parentes. Quando Raimunda retornou à casa, foi mantida no local até a chegada dos policiais.
Em depoimento na Delegacia de Jijoca, a suspeita disse que tomou a substância para abortar, mas a criança nasceu com vida e chorou. Ainda assim, ela deixou o bebê no local. A causa da morte, que pode ter sido provocada pelas lesões dos animais ou também por asfixia, só poderá ser constatada após exames na Perícia Forense.
Questionada sobre o motivo do crime, Raimunda afirmou que fez isso porque era solteira, teve dois filhos antes, tendo um deles sido dado para adoção, e temia a reação da família ao saber que ela estava novamente grávida.
De acordo com a SSPDS, a autuação por infanticídio ocorre quando a mãe age sob um abalo psíquico em razão do estado puerperal. No entanto, a mulher confessou que agiu de forma premeditada. Por isso, ela foi autuada em flagrante por homicídio.
O caso agora será transferido para a Delegacia Regional de Camocim, que dará continuidade ao andamento do inquérito policial.
Fonte: Tribuna do Ceará