A companhia havia conseguido impedir na Justiça que os pedidos de reintegração de posse prosperassem até a assembleia geral de credores, realizada na última sexta-feira (5).
A Avianca Brasil, em recuperação judicial, poderá perder ao menos 18 de suas aeronaves e três motores nos próximos dias. Os arrendadores dos equipamentos têm tentado reavê-los por conta da inadimplência da companhia aérea, que não realiza os pagamentos desde 2018. Foram as primeiras ações judiciais que pediam reintegração de posse dos aviões que levaram a empresa a pedir a recuperação judicial, em dezembro.
A companhia havia conseguido impedir na Justiça que os pedidos de reintegração de posse prosperassem até a assembleia geral de credores, realizada na última sexta-feira (5). A reunião aprovou o plano de recuperação judicial, que não incluiu os débitos da marca com as empresas de leasing.
Os valores não pagos aos arrendadores superam R$ 1 bilhão, segundo pessoas familiarizadas com a situação da Avianca. A arrendadora ACG (Aviation Capital Group) conseguiu retomar, entre terça-feira (9) e quarta-feira (10), três das nove aeronaves que havia arrendado à companhia, que estavam no aeroporto de Guarulhos.
À Justiça, a Avianca afirma que nesses aviões há peças que pertencem a ela e a terceiros, e pediu para que a ACG seja impedida de transportar os aviões até que possa fazer a remoção. Dona de seis aviões sob posse da Avianca, a Constitution obteve decisão judicial na quarta-feira (10) para retomar seus aviões que, pela proposta da aérea, seriam devolvidos apenas em julho.
Proprietária de seis aeronaves, a Celestial também recusou a proposta da Avianca e pediu à Justiça, nesta quinta-feira (11), o uso de força policial para reaver os veículos. A petição ainda não foi analisada.
A Engine, que arrendava dois motores à Avianca, e a Sumisho, que alugava um, obtiveram liminares para a retomada maquinário. Pessoas familiarizadas com os casos afirmam que as companhias pretendem cumprir os mandados nos próximos dias.
Dona de três aeronaves Airbus A320 arrendadas pela Avianca, a PK Airfinance, pertencente ao grupo General Electric, tenta desde janeiro rever as aeronaves. Pelo cronograma apresentado pela companhia aérea, as devoluções ocorreriam entre 26 de maio e 2 de junho.
Na última quarta-feira, a juíza Tonia Kôroku indeferiu o pedido da PK para retirar os equipamentos antes desse prazo. Para a magistrada, “a busca e apreensão abrupta das aeronaves prejudicará não só a própria ré [a Avianca], como também inúmeros consumidores”.
Fonte: Folha Press