Funcionamento não foi alterado devido a pandemia do coronavírus; funcionários pediram fechamento, mas não foram atendidos. Bancos argumentam que fechamento provocaria caos na economia
Mesmo com confirmação de 12 casos de coronavírus em Goiás, e com a série de mudanças na rotina da população decorrentes de decretos do governo estadual e de prefeituras, o atendimento aos clientes será mantido nos bancos públicos e privados no estado.
Bancos não foram citados nos decretos dos governos municipais e estadual. O assessor da presidência do Sindicato dos Bancários de Goiás, José Fernandes da Silva, explicou à reportagem que os trabalhadores pediram o fechamento, mas as instituições bancárias não concordaram.
A alegação para pedir o fechamento é devido ao ambiente fechado. De modo geral, nas agências não há janelas e há uso contínuo do ar condicionado. José Fernandes relatou que em apenas em Santa Catarina e no Distrito Federal houve fechamento de unidades, a partir de recomendações em decretos estaduais.
Os bancos alegam que os estados não podem determinar o fechamento de unidades, pois o sistema bancário é regido pela União. O assessor explicou que nesta quarta-feira (18), houve uma audioconferência com a Federação Nacional dos Bancos (Febraban), em que a continuidade da prestação de serviços foi destacada. A principal argumentação é de que o fechamento das agência geraria um caos na economia, por conta do pagamento de benefícios sociais e da movimentação financeira.
Ações
Houve a orientação para a adoção de home office, para trabalhadores que estão nos grupos de risco. Além disso, para os demais grupos, somente nas unidades do Bradesco, foi adotado, segundo José Fernandes, um sistema de rodízio. Como o fluxo de clientes é menor, também diminuindo a quantidade de funcionários por dia nas agências.
Quanto à higienização, principalmente nas agências da Caixa, em que há uma grande movimentação de pessoas, por conta de atendimentos sociais como pagamento de PIS e FGTS, está sendo feito um contingenciamento das pessoas que entram nas unidades.
“O contingenciamento é feito até 50% do número de cadeiras, mantendo uma distância segura entre os clientes. Os outros bancos também devem seguir. Algumas agências estavam sem álcool em gel e pedimos que as agências que não tenham os insumos sejam fechadas. O contratante que é o banco precisa exigir uma limpeza com mais cuidado e mais intensa”, relatou o assessor.
Bancos
A reportagem entrou em contato com a Associação dos Bancos, a Asban. A entidade aguarda parecer da Federação Brasileira de Bancos para se manifestar. Enquanto isso, a Febraban informou que os cinco maiores bancos do Brasil, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú Unibanco e Santander, anunciaram a possibilidade de prorrogarem as dívidas de seus clientes pessoa física e micro e pequenas empresas por 60 dias.
Segundo a entidade, a medida se aplica aos contratos de crédito vigentes com o pagamento em dia e cada banco vai definir, a partir de critérios próprios, quais linhas de crédito serão passíveis de prorrogação.
Caixa
A Caixa Econômica Federal informou que o atendimento aos clientes acontece normalmente nas agências, lotéricas e salas de autoatendimento. Aos usuários, o banco recomenda a utilização dos canais remotos e digitais de atendimento, tais como: aplicativos para celular, Internet Banking, dentre outros, a fim de se evitar aglomerações nas agências e nas lotéricas.
Sobre ações internas, a Caixa informou que adotou, no final de fevereiro, uma série de ações de prevenção e orientação aos empregados e clientes sobre o Covid-19. Todos os empregados do banco receberam e-mail corporativo com orientações baseadas nas diretrizes divulgadas pelo Ministério da Saúde. Além disso, o banco disponibilizou materiais como cartilha e FAQ no Portal do Empregado, com esclarecimentos sobre o tema.
Banco do Brasil
O Banco informou que monitora constantemente os acontecimentos e quaisquer mudanças no atendimento de suas unidades serão informadas imediatamente aos seus clientes/usuários e ao mercado.
Sobre os cuidados para evitar a propagação do coronavírus, a instituição informou que medidas internas estão sendo adotadas, como: acionar home office de acordo com a criticidade do processo e natureza do trabalho e para grupos de risco nos estados onde há transmissão comunitária; Reforçar higienização nas agências; substituir reuniões físicas por videoconferências e audioconferências; cancelar viagens nacionais e internacionais; e cancelar cursos presenciais.
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