O trabalho ágil e preventivo de uma agente da Defesa Civil foi fundamental para salvar dezenas de vidas momentos antes de um desmoronamento ocorrer no Morro da Forca, em Ouro Preto (MG).
A agente Paloma do Carmo Magalhães, 34 anos, previu a tragédia durante visita ao morro, na última quinta-feira (13). Sozinha, solicitou a evacuação das pessoas, dos 50 veículos próximos à região e fez o isolamento da área.
Pouco depois, toneladas de rochas e terra deslizaram sobre os imóveis históricos do bairro. Felizmente, os danos foram atenuados graças à agilidade de Paloma e dezenas de vidas, salvas.
Moradora de Mariana (MG), a profissional é formada em engenharia de Minas e atua na Defesa Civil de Ouro Preto há 3 anos. “A sensação é de gratidão e agradecimento a Deus por eu ter tido a proatividade de chegar lá e orientar a população”, comentou Paloma sobre a importância de ter identificado todos os sinais técnicos do desmoronamento.
De acordo com o jornal Estado de São Paulo, Paloma estava indo para o trabalho na viatura da Defesa Civil, na manhã de quinta-feira, quando foi abordada por um motorista de ônibus.
Ele disse que minutos antes havia ocorrido um pequeno deslizamento no morro. Paloma decidiu averiguar o local e, ao chegar lá, constatou o perigo iminente.
“Fiz uma análise visual da encosta e tinha uma fissura em formato de cunha e indícios de ruptura iminente. Imediatamente, isolei o local e em seguida meus colegas ajudaram a evacuar toda a área. Isolamos outros pontos e retiramos as pessoas que estavam em um hotel e comércios”, contou.
Poucos minutos depois do isolamento do perímetro, houve o desmoronamento, que destruiu um casarão do século XIX – o Solar Baeta Neves – e um galpão, ambos no centro histórico da cidade. Não houve feridos.
“Primeiro foi a mão de Deus, que colocou o motorista na minha frente, e foi esse anjo da guarda que me levou lá, e eu fui um instrumento que ajudou a salvar vidas, que é o nosso trabalho. Deitar no travesseiro e saber que pude ajudar é muito gratificante, não tem dinheiro algum que pague isso. Sou feliz em trabalhar aqui”, completou Paloma.
Duas vezes heroína
Uma semana antes do deslizamento no centro histórico, Paloma passou por outra situação de risco. No dia 7, ela impediu que uma família fosse soterrada após um outro deslizamento de terra, no bairro Santa Cruz, em Ouro Preto.
“Cheguei na Defesa Civil e fui direcionada para uma casa no bairro Santa Cruz. No local, constatei que havia problemas e solicitei que as pessoas deixassem a casa. Eles foram muito resistentes em sair do imóvel, mas saíram e, em torno de 20 minutos depois, a casa desabou”, contou.
Em nota, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil mineira informara que a área do desabamento ocorrido na região central ainda oferece riscos e permanecerá isolada.