Nesta quinta-feira (21/8), completam-se 36 anos da morte de Raul Seixas. O roqueiro baiano, ícone da música brasileira, foi encontrado sem vida em seu apartamento na Rua Frei Caneca, em São Paulo, em 1989, após uma trajetória marcada pelo abuso de drogas e álcool.
Um dos episódios mais lembrados de seu funeral ocorreu em Salvador, na Bahia, quando cerca de 100 fãs invadiram a cerimônia e tentaram roubar o caixão. A cena foi descrita por Marcelo Nova, líder do Camisa de Vênus e parceiro musical de Raul em seus últimos anos, no livro O Galope do Tempo, biografia assinada pelo jornalista André Barcinski.
“Eles correram para onde estava o Raul e saíram de lá levando o caixão! Sim, levantaram o caixão e saíram.
Era uma multidão enlouquecida. Os caras sacudiam o caixão, dava para ouvir o barulho do corpo de Raul batendo lá dentro”, relatou Nova.
Segundo ele, os fãs queriam “levar Raul para passear”, gritando que o cantor ainda estava vivo. “Eles queriam fumar maconha, enfiar baseado na boca dele. Gritavam: ‘Raul não morreu! Ele está vivo! Vamos levar ele para tomar uma!’”, relembrou o músico.
O episódio inusitado também foi retratado na série biográfica Raul Seixas: Eu Sou, lançada recentemente pelo Globoplay e estrelada por Ravel Andrade.
Considerado uma das maiores vozes do rock brasileiro, Raul Seixas completaria 80 anos em 2025. Autor de clássicos como Tente Outra Vez, Maluco Beleza e Metamorfose Ambulante, ele segue como referência e inspiração para diferentes gerações de artistas e fãs.