No próximo vencimento da conta de luz, os consumidores vão sentir no bolso o peso do reajuste da tarifa de energia elétrica em Goiás. Aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e em vigor desde a última quarta-feira (22/10), o aumento médio da fatura será de 18,55%. Em entrevista ao portal Mais Goiás, o engenheiro eletricista Jovanilson Freitas explicou que o valor cobrado na conta de luz é composto por diferentes itens, que vão muito além do consumo.
“A nossa tarifa é formada por várias cobranças (geração, transmissão, distribuição e encargos setoriais). O consumidor paga tudo isso em uma única fatura. Dentro do contrato de concessão existe uma cláusula que garante o reajuste anual para recompor esses valores”, disse.
Segundo ele, parte do reajuste está ligado à melhoria dos indicadores que medem a qualidade do fornecimento de energia em Goiás. “A Equatorial elevou os indicadores de duração e frequência das interrupções. Essa melhora permitiu que ela tivesse um ganho na tarifa cobrada pelo serviço”, explicou.
Freitas ressalta que o aumento é contratual e inevitável, mas o consumidor tem o direito de cobrar que a melhoria no serviço acompanhe o reajuste. “O que o consumidor pode questionar é se a qualidade da energia realmente melhorou. Em Goiânia, percebemos avanços, mas ainda há falhas no interior”, observou.
A Equatorial Goiás, responsável pelo fornecimento de energia para cerca de 3,5 milhões de unidades consumidoras no estado, explicou que o reajuste faz parte do processo anual de recomposição de custos, previsto no contrato de concessão.
De acordo com a Aneel, os principais fatores que pressionaram o reajuste foram os chamados custos não gerenciáveis, ou seja, despesas que não dependem diretamente da distribuidora. Entre eles estão: distribuição e transporte da energia; compra da eletricidade; encargos e tributos definidos por lei federal; além de variações nos custos do setor.