Em fevereiro começam as sessões da Câmara Municipal de Formosa. Se cada vereador apresentar um BOM projeto por ano, são 76 projetos de todos os vereadores ao fim de 4 anos. Se forem 2 bons projetos por ano, serão 152 projetos em 4 anos.
O problema é que pode “chover” projetos ruins o tempo todo, para se mostrar serviço. Na criação de projetos, amadorismo aliado a populismo e intenções somente eleitoreiras são ingredientes explosivos para a cidade.
PONTOS IMPORTANTES PARA TODOS FICAREM DE OLHO:
· Uma empresa pública (governo, administração municipal) não visa lucro como a empresa privada. Mas precisa dar um bom produto a seus “acionistas” (o povo), e principalmente, evitar um gasto desnecessário.
· Há projetos muito populares, mas que custam recursos que farão falta para coisas mais importantes. O povo deve estar de olho e reclamar. Mesmo que seja algo que apele às emoções, reclamem, rejeitem quando a coisa for menor, quando comparada às prioridades da cidade. Avaliem com razão!
· Outro ponto a ficar de olho: os benefícios serão para a população de Formosa ou para quem é de fora? Se a cidade estivesse abundante de recursos, dinheiro sobrando, eu concordaria: “agora vamos ajudar os outros!”. Mas não é o caso. Quem mora em outra cidade deve procurar seu prefeito e seus vereadores para que façam projetos por eles.
· Fato: qualquer pessoa andando na rua sabe “inventar projetos”, fazendo de conta que os recursos são infinitos! Não é isso que queremos dos vereadores. Um vereador tem uma assessoria para pensar de forma profissional. Não ao amadorismo!
· Projetos sociais que geram gastos podem existir, desde que atendam aos critérios acima (É prioridade? É para quem mora em Formosa? Etc). Ainda assim, um projeto social ideal gera o mínimo de gasto possível, ou consegue melhorar algo mantendo o mesmo gasto.
· Poucos vereadores em Formosa percebem que projetos também são aqueles que desburocratizam ou eliminam (após cuidadosa avaliação) processos desnecessários, economizando tempo e recursos. Quase não se vê projetos desse tipo, pois eles exigem estudo e revisão! Fica aí uma dica: projetos não precisam só ‘criar’ coisas, mas também podem ser muito bons quando economizam OU simplificam questões já existentes.
· Por fim, a verdadeira arte, o projeto do tipo “ganha-ganha” é aquele que ao invés de gastar dinheiro (que qualquer amador sabe fazer!), encontra modos de TRAZER dinheiro ou recursos, de forma direta ou indireta (por exemplo, os que ampliam ou facilitam comércio, empresas e indústrias, gerando produtos e renda para o município e pessoas ao mesmo tempo). É aqui que se revela engenhosidade e trabalho refinado. Se cada vereador tiver dois ou mesmo um único desses por ano, que possa ser implementado de acordo todas as questões práticas, burocráticas, legais, etc. veremos a cidade progredir de fato.
Quando um projeto maximiza o ganha-ganha, ele é melhor. Exemplo: melhor que doar casas ou criar um “auxílio aluguel” é gerar 1000 empregos sólidos! A diferença é que o primeiro se resume no assistencialismo. É fácil fazer o projeto e não pensar nas consequências. Já o segundo além da assistência dá estabilidade, independência e traz progresso de verdade a todos, a cidade toda ganha. Mas exige estratégia, articulação e o uso de princípios científicos da Administração que só quem é competente consegue planejar.
Estamos em um novo tempo, com o prefeito Gustavo Marques demonstrado abertura e disposição para fazer as coisas acontecerem. Se a Câmara aproveitar esse contexto para produzir projetos de excelência para nossa cidade (e eu inicio com um voto de confiança!), teremos muitas surpresas agradáveis nos próximos anos. Formosa merece!