Procurador Municipal virou réu e foi afastado de suas funções na Prefeitura
A Procuradoria Municipal foi alvo da operação "Vinte por Cento", realizada pelo Ministério Público Estadual na manhã desta sexta-feira (01/03), na sede da Prefeitura de Formosa. Sob autorização judicial do Juiz Francisco Gonçalves Sabóia Neto, da 3ª Vara Criminal de Formosa/GO, um mandado de busca e apreensão foi executado, culminando no afastamento do Procurador Municipal, Leonardo Cândido Martins Bonini, das suas funções.
Bonini tornou-se réu em um processo criminal que investiga desvios de recursos municipais durante as gestões do ex-prefeito Ernesto Roller e do atual prefeito Gustavo Marques. As medidas cautelares aplicadas incluem: comparecimento mensal em Juízo, proibição de ausentar-se da Comarca sem comunicação prévia, manutenção de endereço atualizado, afastamento do cargo de Assessor Jurídico da Prefeitura de Formosa-GO, proibição de acesso a prédios relacionados à Prefeitura e às empresas investigadas, e proibição de contato com os envolvidos na investigação.
A operação, denominada "Vinte por Cento", foi resultado de uma investigação do MPGO baseada em delações premiadas de empresários e ex-servidores públicos municipais. O esquema descoberto envolve desvio milionário de recursos públicos, com a participação do ex-prefeito Ernesto Roller, do ex-secretário de finanças Luís Gustavo Nunes Araújo ("Guto Araújo"), e do ex-secretário de obras Jorge Saad Neto, em atos de corrupção e peculato.
Durante oitiva dos delatores, acompanhada por advogados, foram indicadas diversas pessoas supostamente envolvidas no esquema de desvio de recursos, corrupção e fraudes a licitação, incluindo os ex-secretários Luís Gustavo Nunes Araújo e Jorge Saad Neto, além de agentes públicos como Elmon Abadio de Oliveira (Secretário de Obras e pai do prefeito Gustavo Marques), o atual prefeito Gustavo Marques, Antônio Alves de Freitas Júnior (Secretário de Governo) e Leonardo Cândido Martins Bonini (Assessor Jurídico e Procurador da Prefeitura de Formosa).
Os delitos imputados, como pagamento de propina, fraude a licitações, corrupção passiva e peculato, datam de 2017 a 2024 e podem resultar em penas superiores a 20 anos de prisão em caso de condenação, além do ressarcimento aos cofres públicos. Todos os citados são objeto de procedimento criminal que tramita junto ao TJGO, com Bonini tornando-se réu no processo.
O advogado Leonardo Bonini enfrenta penas que ultrapassam 10 anos de prisão por supostos atos de corrupção. A busca e apreensão realizada no serviço de advocacia pública da Prefeitura contou com a presença de um representante da OAB, Seccional Formosa/GO (Lei 8.096/94). Computadores foram apreendidos e serão analisados pelo serviço de inteligência do MP, com auxílio da Polícia Civil da 13ª Delegacia Regional de Polícia e da Coordenação de Inteligência e Segurança do MPGO.
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