O Ministério Público do Estado de Goiás deflagrou nesta sexta-feira (22/3), em Formosa, a operação denominada Demóstenes, desdobramento das Operações Gaugamela e Queronéia . Estão sendo cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, decretadas pelo juiz Fernando Oliveira Samuel, da 2ª Vara Criminal. Os alvos da operação são os empresários André Luiz Gontijo de Souza e Vanessa Maris Araújo Fernandes, proprietários da empresa Mult-X Construtora, e os engenheiros Leonardo Machado Ferreira e João Batista Martins Furtado.
Investigações realizadas pelo MP-GO revelaram a existência de organização criminosa integrada pelos acusados voltada à prática de crimes de fraude em licitações, falsidade ideológica e uso de documentos falsos. Foram fraudados oito procedimentos licitatórios que tiveram como objetivo a pavimentação asfáltica, aplicação de lama asfáltica e tapa-buraco nas ruas do município.
Além das prisões, o magistrado, atendendo pedido do MP-GO, decretou o bloqueio de R$ 5 milhões dos réus como forma de assegurar o ressarcimento dos prejuízos causados aos cofres públicos municipais.
A Operação Demóstenes é coordenada pelos promotores Douglas Chegury e Fernanda Balbinot, e conta com o auxílio do Ministério Público de Contas com atuação no TCM-GO e das Polícias Civil e Militar.
A Queronéia ocorreu no dia 27 de fevereiro com o objetivo de cumprir quatro mandados de busca e apreensão em residências de pessoas investigadas pela prática, em tese, de atos de improbidade administrativa, por desvio de recursos públicos em fraudes de licitações e contratos administrativos, entre 2017 e 2018. Os mandados foram cumpridos nas casas de duas ex-presidentes da Comissão de Licitação do município, Chayane de Melo Gontijo e Bianca Castro Valadares, o ex-gestor do Executivo Eliardo de Oliveira Faria e o ex-controlador interno, Humberto Marques da Costa Pinto.
Demóstenes foi um político grego demagogo derrotado por Alexandre o Grande na célebre batalha de Queronéia, travada em 338 a.c. Depois de ser condenado por corrupção, fugiu covardemente de Atenas e se suicidou ingerindo veneno para escapar à ação da justiça. Doravante os nomes de eventuais novas operações farão referência não mais a batalhas, mas a ícones gregos do bem e do mal.
O advogado dos sócios-proprietários da Mult X Construtora e do engenheiro João Batista Martins Furtado, presos hoje na Operação Demóstenes, Dr. Nilson Ribeiro, disse que ainda não teve acesso aos autos, mas adiantou que a prisão de seus clientes foi arbitrária e que um recurso contra ela será interposto.
O advogado ainda informou que assim que se inteirar do conteúdos dos autos, enviará nota mais abrangente se posicionando sobre a prisão e as acusações que pesam contra seus clientes.
Com Informações: MP | Dia Online
(Edição de texto: João Carlos de Faria – Assessoria de Comunicação do MP-GO/Fotos: Acervo da 6ª Promotoria de Formosa)