"O que estamos fazendo hoje não tem nada a ver com política, com questões particulares, o que iremos falar hoje, é uma questão de saúde pública, estamos tentando evitar mortes."
O prefeito de Formosa Gustavo Marques (Podemos), em entrevista coletiva concedida na tarde desta terça-feira (30/06), no gabinete da prefeitura municipal, falou sobre o novo decreto municipal que adere ao sistema de lockdown intermitente, seguindo a orientação técnica da UFG (Universidade Federal de Goiás), aderindo-se ao decreto estadual, publicado pelo governador Ronaldo Caiado, confira.
Ao abrir a coletiva, Gustavo Marques fez questão de deixar claro que não iria falar sobre política naquele momento, pois o que está em jogo neste momento são vidas.
“O que estamos fazendo hoje não tem nada a ver com política, com questões particulares, o que iremos falar aqui hoje é uma questão de saúde pública, estamos tentando evitar mortes. Fui convidado a falar sobre política por vários veículos de imprensa de Formosa, e me neguei a todos eles, o momento não é ideal para se falar de política de eleição, o momento agora é para salvarmos vidas.”
“Tivemos uma reunião na manhã de segunda-feira (29), com o governador Ronaldo Caiado, com o presidente do tribunal de justiça, com o procurador geral do ministério público, com o presidente do tribunal de contas dos municípios do estado, com desembargadores da defensoria pública. Essa reunião foi muito decisiva, onde conversamos sobre o lockdown intermitente. Todos os representantes dos órgãos competentes apoiam a decisão do governador, a fala de todos presentes foram unânimes, entendemos a situação que vivemos não só em Formosa como no estado", complementou Gustavo Marques.
“Nós iremos acompanhar a decisão do governador, por entender
que nós não temos condição financeira em bancar sozinho a saúde pública do município,
nós precisamos de ajuda. Essa ajuda vem quando nós damos nossa contrapartida. Essa
contrapartida é feita, quando atendemos a recomendação a partir de um estudo científico
feito pela UFG, mostrando que se nós não tomarmos essa decisão agora, nós
teremos no final de julho, início de agosto 18 mil mortes. E se nós tomarmos
essa decisão agora, nós reduziremos em 76% este número.”
“Estou muito consciente e quero agradecer o comércio de Formosa, porque todos
os comerciantes tomaram os cuidados necessários, os comerciantes seguiram todos
os protocolos passados pela secretaria de saúde, mas mesmo assim os casos
continuam subindo de forma descontrolada, este fim de semana nós tivermos três
mortes, uma confirmada e duas suspeitas, então em três dias nós tivemos três
mortes, uma confirmada e duas suspeitas, eu acho que é um número grande pra uma
cidade de 120 mil habitantes."
Em seguida, o prefeito abriu para as perguntas para os veículos de comunicação presentes. O Portal Foca Lá, teve a oportunidade em realizar três perguntas.
A primeira delas no quis diz respeito ao endurecimento na fiscalização no período de lockdown intermitente.
Ao responder, o prefeito agradeceu a presença do comandante
do 16º BPM de Formosa, Major Dário, em seguida, complementou afirmando que o
governador colocou a disposição todas as forças policiais do estado, para que
seja mantido o lockdown intermitente.
“Nós contaremos, com a vigilância sanitária, epidemiológica, com os fiscais de
obras e posturas e com a polícia militar do estado de Goiás, pra fiscalizar a risca
o decreto municipal que será assinado hoje e o decreto estadual.” – Gustavo Marques
Na segunda rodada de perguntas, questionamos ao prefeito Gustavo Marques sobre o valor orçamentário para a saúde, em complemento a pergunta feita pela repórter Aline Tavares da ForUp 92, na ocasião, o prefeito citou que o município passou de um orçamento de 20 milhões, para 2 bilhões, sem deixar claro que este orçamento é para o estado todo, não somente para Formosa.
Em resposta, Gustavo Marques ratificou que de fato o orçamento é para o estado inteiro, mas é um número bem maior do que os 20 milhões que o município recebia, antes da regionalização do hospital municipal.
“Sim, este orçamento engloba o estado, mas a saúde do município de Formosa hoje faz parte do estado, antes nós tínhamos aqui só o dinheiro do município, hoje nós temos o dinheiro do estado inteiro.
É um compromisso do governador, da saúde de Formosa funcionar com a mão do estado de Goiás. É muito mais fácil a gente tocar com o dinheiro do estado, que é um valor muito maior do que o dinheiro do município, do que batermos cabeça, fazer à população sofrer, a nossa UTI hoje é dentro de uma ambulância, seguindo daqui para Goiânia, pessoas morrendo na estrada, sofrendo aguardando uma cirurgia, ao invés de entregar pro estado, e o estado sim fazer o orçamento valer a pena no nosso município. O orçamento do estado ele é quase 100 vezes maior do o dinheiro da prefeitura.”
Na terceira pergunta, foi questionado ao prefeito, se existe algum acordo entre os comerciantes, para que prolongasse os prazos de arrecadação de impostos, e se haveria a possibilidade de um auxílio emergencial, nos mesmos moldes dos que foram pagos aos artistas regionais.
“Nós como município, não temos incentivo financeiro a dar a ninguém. O estado tem o incentivo, eu acho que tem que ir atrás do Banco do Povo, atrás do Fomento, o município não tem este recurso financeiro disponível pra dar esse incentivo.
O que nós poderíamos fazer, nós fizemos, prorrogamos todos os impostos, jogamos lá pra frente, nós estamos tentando negociar com o cidadão, com o comerciante com o empresário, pra ver qual plano fica melhor pra ele ser atendido.
A questão dos artistas, é o fundo de cultura, que eu venho pagando rigorosamente desde quando entrei, graças a Deus eu fiz isso, porque agora a gente pode servir as pessoas.”
Veja a coletiva na íntegra: