Suspeito do feminicídio foi preso pela PM caminhando na BR-020 em Formosa
A Polícia Civil investiga o feminicídio contra Samira Alves Lima, de 36 anos, filha de um policial militar da reserva, em Luziânia, Entorno do Distrito Federal. Veja abaixo tudo que se sabe o que falta ser esclarecido sobre o caso.
Samira Alves Lima, de 36 anos, foi morta a facadas no apartamento em que morava, no Jardim Ingá, em Luziânia. O corpo dela foi encontrado no dia 25 de novembro, pela filha de 15 anos e um ex-namorado.
O suspeito do crime fugiu do local com o carro de Samira.
Sim. No dia 27 de novembro, a Polícia Militar prendeu um jovem de 22 anos como o principal suspeito do crime.
O rapaz foi localizado andando pela BR-020, em Formosa, e contou informalmente à PM como o crime aconteceu. Mas quando chegou na delegacia, ele optou por não repetir a história, ficando em silêncio durante o depoimento.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa do suspeito até a última atualização da reportagem. No dia 28 de novembro ele passou por audiência de custódia e a justiça decidiu mantê-lo preso. Na decisão, o juiz Victor Alvares declarou que o suspeito agiu de maneira grave e cruel.
Ainda não se sabe. Os policiais militares dizem que, informalmente, durante a abordagem, o suspeito disse que morava junto com Samira, pois ambos atuavam no tráfico de drogas, e que Samira era ligada a uma facção criminosa.
O suspeito também disse que, no dia do crime, ele e Samira tiveram uma discussão acalorada, em que a vítima o ameaçou. Ele, então, partiu para cima dela e a matou com facadas. Depois, ele pegou o carro dela e fugiu.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil para saber se há algum indício de veracidade no relato dado pelo suspeito aos policiais militares, mas a instituição disse que não vai comentar o caso.
Mulher é encontrada morta em Luziânia
Segundo um ex-namorado, que não quer ter a identidade revelada, Samira era uma pessoa querida por todos que a conheciam. Mãe de três filhos, de 12, 15 e 16 anos, ela atualmente morava sozinha, em Luziânia. Os filhos moravam com os avós paternos, mas mantinham contato próximo com ela.
“Todo mundo gostava dela aqui. Ela é uma pessoa boa e muito controlada”, resume.
Samira morava em Cristalina, mas há alguns anos se mudou para Luziânia. Segundo o ex-namorado, ela estava desempregada e recebia dinheiro do pai, que é PM aposentado e mora atualmente no Piauí.
O ex-namorado comenta que, nos últimos meses, notou pelas redes sociais que Samira emagreceu muito e se afastou da família.
Na internet, Samira fazia posts reflexivos e com os filhos. Em algumas publicações, ela caminhava pelas ruas enquanto falava aos seguidores para agradecer por cada dia. Pouco tempo antes de morrer, passou a postar sobre a necessidade de tomar cuidado com pessoas falsas.
O crime começou a ser investigado na manhã de 23 de novembro, quando o carro de Samira foi encontrado abandonado no Lago Norte, no DF. Como a mulher não atendia ligações, os policiais encontraram o número de telefone do ex-namorado dela, que tinha sido salvo como um contato de emergência.
O ex-namorado contou a reportagem que, ao ser avisado sobre o carro de Samira, também passou a procurá-la, mas sem sucesso. A mulher, então, foi dada como desaparecida. O corpo dela só foi encontrado no dia 25 de novembro, já sem vida, no apartamento onde morava, no Jardim Ingá, em Luziânia.
“Os policiais não conseguiram falar com Samira. Eu também tentei ligar, mas ela não atendeu. A partir do aparecimento do carro, comecei a procurar quem pudesse ter notícias dela, mas nem a família nem a filha sabiam. Entrei em contato com o pai, que mora no Piauí, e ele me pediu para registrar um boletim de ocorrência na segunda-feira”, disse o ex-namorado.
O ex-namorado encontrou o corpo junto com a filha de Samira, de 15 anos.