Decisão ocorre quase um ano após a deflagração da Operação Caifás, que investigou desvio de dinheiro do bispado
Dom Adair José Guimarães, 58 anos, foi anunciado como o novo bispo da Diocese de Formosa. A decisão foi dada pelo Papa Francisco, no último dia 27 de fevereiro. Dom Adair assumirá o lugar no então bispo, dom Paulo Mendes Peixoto, nomeado com administrador apostólico para gerir a Diocese da cidade após renúncia de dom José Ronaldo Ribeiro, acusado de desvio de dinheiro pela Operação Caifás, deflagrada no ano passado.
Dom Adair nasceu em Mara Rosa, cidade a 347 quilômetros de Goiânia, e tornou-se padre em 1986. Ele estava à frente da Diocese de Rubiataba e Mozarlândia desde 2008. Em uma rede social, o bisco agradeceu a oportunidade e pediu orações aos fiéis. A posse acontecerá no dia 1° de junho. Ainda não há nome definido para substituto do religioso.
“Agradeço a Deus por esse momento em minha vida. Minha imorredoura gratidão ao clero, religiosos e consagrados, seminaristas e ao Povo de Deus da Diocese de Rubiataba pela abençoada convivência e colaboração nestes 11 anos de pastoreio. Foram muitas bênçãos recebidas. Aprendi muito com essa abençoada família diocesana. Abraço com muita esperança minha nova família, a Diocese de Formosa, e conto com a colaboração de todos para anunciarmos juntos o Santo Evangelho de Jesus a todas as pessoas e fazermos a vontade de Deus. A data da tomada de posse ainda não foi definida. Solicito as orações de todos vocês em favor de minha nova missão. Com estima abraço a todos”, disse.
Dom Paulo Mendes Peixoto voltará a exercer apenas a função de arcebispo de Uberaba (MG). Desde a nomeação, também feita pelo Papa Francisco, o religioso se dividia nas funções na cidade mineira e goiana.
A operação, batizada de Caifás, foi deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), em Formosa, Posse e Planaltina, com objetivo de desarticular uma associação criminosa que desviava recursos da cúria, administração central, da Diocese de Formosa e de algumas paróquias ligadas a ela em outras cidades. Segundo o MP, pelo menos R$ 2 milhões foram desviados da Igreja Católica.
À época, dos 13 mandados de prisão requeridos, nove foram autorizados, os quais somam-se aos 10 mandados de busca apreensão executados. Segundo informações da assessoria de imprensa do MP, nas residências inspecionadas, foram apreendidos dinheiro em espécie, joias e relógios entre outros objetos de valor, os quais seriam frutos das condutas criminosas.
No dia 17 de abril, o bispo de Formosa Dom José Ronaldo Ribeiro teve alvará de soltura expedido após decisão unânime da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), que realizou nova análise do processo seguindo orientação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão do colegiado foi comunicada pela relatora do processo, desembargadora Carmecy de Oliveira.
Fonte: Mais Goiás