De acordo com o presidente do Detran, Delegado Waldir, houve mais de 40 casos de transferência de veículos de pessoas já falecidas
O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) realizou uma intervenção na Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Formosa onde descobriu um nucléo de corrupção na unidade.
De acordo com o apurado, o Detran-GO começou a realizar as invetigação após receber denuncias anônimas através de clientes usúarios onde ficou apurado que no Ciretran de Formosa-GO, estaria ocorrendo atos ilicítos.
Após as investigações que duraram cerca de 6 meses foram identificados mais de 1.110 processos com índicios de irregularidades onde estavam envolvidos três ex-servidores que já não pertencem mais ao Ciretran.
Os golpes ocorriam quando os ex-funcionários procuravam facilidade dentro do orgão. De acordo com o presidente do Detran, Delegado Waldir, houve mais de 40 casos de transferência de veículos de pessoas já falecidas.
Entre os problemas detectados, estão a ausência de documentação obrigatória como procuração, contrato social e reconhecimento de firma, além de CRVs danificados, transferência de veículos com recibos preenchidos para terceiros, e até gravações/substituições de motor com documentação incompleta ou inexistente.
A fiscalização também revelou processos realizados em nome de pessoas já falecidas, além de indícios de favorecimento pessoal, financeiro e falsificação de documentos. “Não se pagava a taxa oficial. Na verdade, era pagamento em cash, por fora, para enriquecer servidor malandro”, ponderou o delegado.
Segundo dados apresentados pelo órgão, uma equipe do Núcleo de Inteligência auditou processos de 2022 a 2024. Desses, 1.169 apresentaram irregularidades. Além disso, outros 175 processos não foram encontrados na Ciretran, o que levanta suspeitas de possível extravio com a intenção de ocultar provas de irregularidades nos serviços realizados.
Uma servidora que pediu exoneração quando a operação teve início foi a responsável por 723 processos irregulares. Outra servidora, já falecida, somou 302 processos. Juntas, elas respondem por 87,69% das irregularidades detectadas na unidade de Formosa.
“Inicialmente, são três servidores envolvidos, mas também tem credenciados do Detran. Tem despachante, tem cartórios, empresas de veículos”, enfatizou o presidente do órgão. “Mais de 40 casos de veículos transferidos de pessoas já falecidas, que deveria ser feito inventário e era transferido, recibos adulterados, falta de reconhecimento de firma, veículos com chassi adulterados sendo transferidos”, salientou.
Segundo Delegado Waldir, a autarquia já tomou providências administrativas em mais de 40 cidades. “O Detran-GO tem sido intolerante com desvios de condutas. Na atual gestão o órgão afastou mais de 100 servidores comissionados e até efetivos envolvidos em atos de corrupção”, destacou, com a afirmativa de que o órgão “não vai cessar de apurar tais condutas”.
“A primeira medida que o Detran toma é afastar o servidor. Se for comissionado, demite, se for de carreira, a gente coloca à disposição de delegacia, corta os salários, quando necessário, e suspendemos as senhas, para que ele não possa continuar praticando conduta ilícita”, explicou o delegado.