Em entrevista a rádio Terra FM de Formosa hoje (21/03), o Tenente Coronel Luiz Antônio Raiza do 11º Comando Regional da PM-GO afirmou categoricamente que faz parte de suas atribuições o remanejamento de quaisquer oficiais da PM-GO.
O Tenente Coronel, explanou sobre o remanejamento tendo como um dos critérios adotados, o Risp (Rede Integrada de Segurança Pública). Onde ele afirmou que as duas cidades que receberão os oficiais figuram como as piores na região segundo o índice de avaliação deste sistema.
Segundo o Tenente Coronel, é função dele, por uma questão estratégica, por possuir autoridade discricionária o remanejamento dentro do CRPM (Comando Regional da Polícia Militar).
"Eu sou o comandante do regional, estou a 300km da minha casa, não entendo isso, o comandante de Planaltina mora em Formosa, o sub comandante de Planaltina mora em Formosa, voltam 30 ou 35km se não me engano, vão e voltam, qual a dificuldade destes oficiais, em ir ajudar o comando e colocar a Risp de lá, uma posição de destaque, tirar essa má fama, essa pecha ruim que o entorno tem".
Segundo o Coronel, a Rádio Terra foi a segunda emissora que ele deu entrevista, destacando que na ocasião sua missão era fazer segurança pública da forma que ele quer pra ele:
"Quero fazer segurança pública da forma que quero pra mim, um lugar tranquilo, porque aonde eu estou, onde minha família está, está sozinha sem defesa, eu não tenho esse amparo que eu to querendo fazer para região do entorno".
Raíza em tom firme, destacou que:
"Nós somos Policiais Militares do Estado de Goiás, eu ou qualquer outro oficial, podemos ser remanejados, aquele que veste uma farda e quer ficar somente no seu ninho no seu berço, que ele explique pra vocês então. Agora citaram um nome de um oficial que tem um programa de rádio, eu queria que alguém me explicasse, me mostrasse aonde tá proibido ele fazer o programa de rádio, desde que ele não extrapole o limites do regime militar". "Nós somos regidos pelo Código Penal Militar, então ninguém tá sendo massacrado, ninguém tá sendo punido, pra fazer um escândalo, envolver nome de pessoas do Governo, envolver nome do Comandante Geral da PM, eu preservo muito a imagem do Governo e do meu Comandante Geral". "Eu fico pensando o seguinte, e os soldados que eu estou remanejando, eu estou tirando soldado de Formosa, já mandei pra Planaltina e mandei pra São João D'Aliança que era uma área de risco, sem efetivo".
O Tenente Coronel destacou ainda, que quer tornar o CPT uma companhia independente, lembrando do fato de ter substituído um oficial operacional, que estava a frente da companhia e colocando um capitão especializado na área, com curso de ROTAM.
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) instaurou inquérito civil nesta quarta-feira (20/3) para apurar possível interferência política na Polícia Militar (PM) em Formosa. Segundo o promotor de Justiça Douglas Chegury, chegou à promotoria notícia de que os capitães Luiz Jeová do Couto e Marcelo Rodrigues de Almeida e o tenente Fávio Rodrigues Pacheco foram removidos do quadro da PM no município. A remoção teria acontecido “por meio de intervenção política imoral, desarrazoada e não republicana”, de acordo com o promotor, baseado nas informações recebidas até agora.
Na portaria que instaurou o inquérito, Douglas Chegury esclarece que, em tese, os fatos relatados configuram atos de improbidade administrativa, por infringirem os princípios da administração pública. “A Polícia Militar, no atual Estado Democrático de Direito, constitui Polícia de Estado e não, Polícia de Governo, sendo portanto intolerável e inadmissível quaisquer tipos de interferências políticas ou de qualquer outra natureza que não seja funcional na movimentação e no trabalho de policias militares”, justificou o promotor.
O MP estabeleceu prazo de 10 dias para o comandante do 11º Comando Regional da Polícia Militar (CRPM), tenente coronel Luiz Antônio Raiza, e o comandante geral da PM, coronel Renato Brum dos Santos, prestarem informações à promotoria.
Elias Lopes | Portal Foca Lá