O bispo Dom Adair José Guimarães, líder da Igreja Católica na cidade de Formosa (GO), pediu que Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, impeça o comunismo no país. Ele estava ao lado de Frei Gilson, um dos maiores influenciadores religiosos da atualidade. A declaração ocorreu durante o evento católico Desperta Brasil, neste sábado, idealizado pelo próprio Frei Gilson e que reuniu cerca de 80 mil pessoas no Estádio Mané Garrinha, em Brasília.
"Pela interseção de Nossa Senhora Aparecida, venha sobre vós a bênção, que nos impede de ter fome, guerra, doença e o comunismo. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém", disse Dom Adair.
O religioso possui 185 mil seguidores em uma de suas redes sociais. Na publicação mais recente, em que divulgou sua agenda semanal, apoiadores parabenizaram Adair, e criticaram supostos ataques sofridos por ele devido ao posicionamento.
"Um exemplo de coragem, falou e fala a verdade, doa a quem doer", escreveu uma internauta. "Sua bênção estremeceu os alicerces de toda rede social", publicou outra.
Procurada, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que congrega os bispos da Igreja Católica, declarou que não irá se manifestar, além de informar que eventuais questionamentos sobre o caso devem ser "direcionados diretamente ao bispo".
O bispo estava ao lado de Frei Gilson, organizador do evento. O Desperta Brasil reuniu cerca de 80 mil pessoas no no Estádio Mané Garrinha, o maior público do local desde a reinauguração, em 2013, conforme informações do Correio Braziliense.
Frei Gilson ganhou projeção por conta de suas lives durante a madrugada, que reúnem milhões de fiéis. Fora do meio religioso, ele também ficou em evidência após ter declarações vistas como polêmicas e, mesmo sem manifestar apoio direto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), passou a ser vinculado ao ex-chefe do Executivo por seus simpatizantes.
Durante uma transmissão ao vivo realizada em Brasília, em junho de 2021, ele apareceu cercado por bandeiras do Brasil e fez uma oração pedindo que Nossa Senhora livrasse o país do “flagelo do comunismo”.
O nome do religioso foi citado em investigações da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe envolvendo Bolsonaro e aliados. Embora Frei Gilson não seja alvo da apuração, ele foi mencionado nos autos por ter recebido a chamada "oração do golpe", conduzida pelo padre José Eduardo de Oliveira e Silva, já indiciado pela PF.