Senso de limite é a percepção que o prazer está mais em nós do que na intensidade e diversidade das coisas. Que é a qualidade do relacionamento com as sensações que definem nossa satisfação.
Quem não tem senso de limite se projeta cada vez mais nas sensações; não por ser alguém que “aprecia muito o prazer” (como costuma acreditar), mas pela falta desse senso.
Quanto mais se avançam nos limites da intensidade, menos sensibilidade. O que era bom “ao toque mais sutil”, agora precisa de um verdadeiro choque (ou “mais quantidade)” para dar a mesma sensação. Quanto mais se alastram os limites da diversidade, mais contraste de nuances vão se perdendo. Os limites extrapolados acabam diminuindo a força de cada tom.
Os estímulos são finitos, mas o apetite se alastra nos dois eixos, e as sensações vão sendo anestesiadas. Isso ocorre em todas as áreas dos 5 sentidos, como sexo, alimentação, substâncias e estímulos, e em todas as combinações de prazeres sensoriais e mentais.
Por fim, os limites não são apenas seus extremos maiores: também a falta total de estímulos levará ao doentio. Todo extremo é desequilíbrio, e tende a levar da monotonia à ansiedade e até ao pânico, e até a falta de sentido na vida. Extrapolar tanto na abstenção ou privação quanto no exagero são formas de não se ter senso de limite.