Tem uma coisa que ocorre em Formosa, e quem acompanha a política da cidade saberá do que estou falando.
Meses antes de eleições surgem grupos, movimentos e associações dizendo buscar “conscientização política” e se colocando como “representantes das reivindicações populares”.
A cobiça voraz pelo cargo de vereador faz muita gente perder os pudores, criando máscaras de caráter e de temperamento.
Pessoas que sequer participam da vida política ou das redes sociais da cidade, repentinamente se interessam no que está acontecendo. Mostram grande preocupação com questões, tentam inflamar uma “indignação do povo”, para em seguida tomá-la para si, como líderes da causa! Falam em programas, produzem vídeos e textos.
Alguns, às vezes conseguem reunir meia dúzia de prosélitos e pensam: “eis uma chance real de virar o jogo, sair dessa vida ordinária!”.
Aí a pessoa começa a acreditar que está garantida, com uma “legião de sectários”. Faz as contas dos paladinos que dão curtidas e panfletam, e a vitória parece certa!
Vamos logo para a parte onde a derrota é vultosa; de grandeza igualada somente pela fúria que a acompanha, através da frase mais repetida após o fracasso: “o povo tem o que merece!”.
Uns ainda tentam, por meses, manter a fachada. Há esperança de mostrar serventia como capacho da oposição eleita; mas logo percebem que não tem talento nem para isso. E retornam à sua hibernação.
As duas últimas situações mencionadas desmascaram a INDECÊNCIA de muitos desses candidatos. Toda a coerência do discurso desmorona. Agora, o derrotado quer que todos paguem por seu fracasso. Que o prefeito e os demais vereadores sejam ‘ruins’.
Por fim, a volúpia de “virar o jogo” ressurgirá em alguns, no último ano antes das próximas eleições, garantido mais um show para todos que observam esses detalhes pitorescos nos “eternos candidatos”.