Desde a campanha presidencial de 2018 o termo “Escola de Chicago” se tornou assunto em conversas e debates. O motivo é que nosso agora ministro da Economia Paulo Guedes e boa parte de seu time são adeptos dessa teoria econômica.
Nem todos sabem é que também há uma Sociologia de Chicago, voltada para o estudo das cidades. Ela foi responsável pelo grande salto de qualidade de vida da cidade na década de 70, que até então parecia sempre andar “atrás” das demais cidades norte-americanas.
Essa Escola afirma que a cidade é muito mais que suas ruas, suas instituições, sua prefeitura, suas praças, seu hospital e postos de saúde, sua polícia e guarda municipal, suas escolas, seu comércio e o corpo de funcionários públicos e privados.
A cidade é sua própria ‘tradição’, o conjunto de costumes que vêm criando uma identidade ao longo de gerações. Um “estado de espírito” que absorve e se perpetua na mentalidade seus moradores e políticos. A cidade é essencialmente o produto da natureza humana de quem a habita!
Essa é uma das principais razões de ser tão difícil mudar os grupos políticos que se perpetuam no poder. A memória coletiva inspira um saudosismo que aprofunda a identificação com rostos e discursos associados a um passado sempre mais ‘doce’.
O primeiro passo é tornar-se consciente de que esse processo está acontecendo e norteando valores, afinidades e a formação de grupos políticos. O problema é que “o de sempre” geralmente não estuda como dar conta do novo, dos novos problemas, dos novos bairros, do crescimento desordenado, do tipo de progresso que não se compreende sem um novo olhar.
A solução está em lidar com tudo que o novo traz, sendo essencial para isso incorporar novas competências e olhares, maior entendimento não só da antiga e atual cidade, mas também de seus potenciais ainda não explorados.
É preciso dar uma chance ao competente que enxerga o novo, pois a ideia de que há “grande competência no de sempre” tem sido desmentida pela situação que a cidade tem sofrido há muitos anos. Sem que essa postura seja tomada de forma radical, Formosa afundará no retrocesso, pois enquanto o mundo todo avança, aquele que apenas “permanece”, regride. Não é essa a sensação expressa pelo formosense quando observa sua cidade?