Que dizer de pessoas que reclamam da não aplicação das leis em conversas, grupos de whatsapp e Facebook, mas que imediatamente viram na direção oposta e criticam a aplicação (e até os aplicadores!) da lei quando elas mesmas são infratoras?
Formosa tem muito infrator que age sabendo estar errado, e que ainda acha que pode servir-se das leis como se fosse buffet de comida: bota ‘no prato’ só o que lhe convém. O que não é conveniente ignora, finge que não vê ou no pior dos casos ainda tem orgulho de fazer o errado.
Falo em especial das infrações de trânsito e da nova Superintendência de Trânsito de Formosa, que chegou com a proposta de mudar a ideia de “Formosa: terra sem lei”. Mas o responsável pela pasta tem se deparado com uma cultura de infração (o “cidadão buffet”) instalada em nossa cidade.
Guardadas as devidas proporções, a tendência do infrator é sempre dizer-se inocente. Como na cadeia: quase todo mundo diz que está lá “injustamente”. É sempre culpa de alguém.
Na mente corrompida do infrator, estacionar em local proibido e mesmo debaixo da placa “proibido parar e estacionar” pode ser justificado com “os buracos nas ruas”, por exemplo. Outras infrações são justificadas com “falta de sinalização”, quando a natureza da infração NADA tem a ver com sinalização alguma. A “desculpa” é tão indecente quanto alguém resolver transitar pela calçada e, ao ser multado, reclamar que “não tinha sinalização dizendo que é proibido andar na calçada”!
Vejam que apesar do exemplo exagerado, não é difícil encontrar carros estacionados em metade da calçada ou mesmo na calçada toda. Para alguns moradores de Formosa, a ocorrência de uma festa, de uma compra rápida num estabelecimento comercial ou qualquer outra ocasião que “dê na telha” imediatamente anula as Leis Nacionais de Trânsito ali, no local, para ele!
Nessa hora novamente um “buffet”, agora servido de pretextos e justificativas: “estava com pressa”, “não tinha onde estacionar”, “foi rapidinho”, “culpa da falta de sinalização”, “esses guardas só servem para multar”, “e o IPVA vai pra onde?”, “estava trabalhando”.
Pergunto: o que buracos na rua ou a falta de uma placa tem a ver com um infrator querendo fazer ultrapassagem em rotatória, por exemplo? Ou ainda estacionar de frente para um hidrante? Ou ainda se posicionando à esquerda da pista se vai fazer uma conversão à direita, num semáforo ou esquina?
Tem também quem diz que antes de multar deveria haver uma “campanha de educação no trânsito”. Agora o município “sobrando dinheiro” deveria – segundo eles – gastar com confecção e impressão de panfletos.O agente de trânsito ou mesmo o policial deveria distribuir balinha para quem estiver errado, fazer uma festinha na cabeça e dizer: “olha, quando você ver uma placa com um ‘E’ cortado com um ‘Xzinho’ não pode parar ali, tá? Tome esse MANUAL DE TRÂNSITO comentado e ilustrado pela Turma da Mônica para você ler em casa. E essa garrafinha de água de lembrança”.
Ou então quando o semáforo fecha e o motorista para, surge uma fanfarra com moças girando bastões, a banda toda fechando a rua e um locutor: “muito bem, olha que exemplo de cidadão! O semáforo estava fechado e ele parou!”, e alguém de terno e gravata vindo entregar um prêmio de desconto no próximo IPVA! Tudo rapidinho para dar tempo do sinal não abrir e não tomar uma multa – ou melhor – não ganhar uma cartilha do “Cebolinha Motorista” e a garrafinha de água!
Formosa não tem como ser uma CIDADE VERDADE enquanto alguns de seus moradores insistirem em não ser CIDADÃOS DE VERDADE.
Imagens: Portal Ponta a Ponta