É possível um lado positivo do “pão e circo”? SIM.
Falando do espetáculo e arte, é importante entender que o panem et circenses dos romanos não se restringia ao imaginário que costumamos fazer dessa expressão. Os espetáculos tinham função de consolidar a visão de sua cultura e valores como coragem, honra, guerra, arte, direito.
Iam além da tentativa de desviar a atenção do povo de situações políticas e sociais condenáveis ou polêmicas. Às vezes serviam justamente para dizer: “não vamos nos esquecer de quem somos!”, buscando apoio popular para guerras e conquistas.
Havia ainda a função do entretenimento, a saúde psicológica, uma vez que a vida não é apenas trabalho e ocupação. Roma também era diversão, e isso atraía viajantes, curiosos e até investidores de todas as partes, proporcionando movimentação na economia.
Tudo isso pode ser trazido para nosso tempo, para o coletivo, com o conhecimento da importância da ludoterapia, das atividades físicas, dos esportes, das artes, da música, dança, teatro e da celebração de festas tradicionais como elementos de aproximação social com a identidade da cidade.
O diferencial entre o espetáculo meramente alienante e o construtivo depende de uma competência atenta a todos esses pormenores elencados acima.
Quando se faz uma festa tradicional, por exemplo, com essa visão compreensiva da memória, há um ganho de manutenção social, de renovação, de pertencimento – muito importante! Não é um “dinheiro gasto à toa”, pelo contrário, é investimento na “alma” da cidade e no fortalecimento de seus vínculos sociais.
PARABÉNS, Formosa, pelos seus 176 anos. Que sua arte, suas festas e suas boas tradições não sejam jamais esquecidas!