Faltando mais de 1 ano para as eleições de 2020, e os grupos políticos de Formosa já começam a se agitar. Imagine todos os preparativos, a “dança” das mudanças, das avaliações preliminares sobre quem tem força e quem não tem, sobre o que é mais vantajoso, sobre alianças e rixas.
Pergunto: você acha que na mente da maioria daqueles que estão nessas “articulações” predomina realmente, como primeira intenção a orientação interna verdadeira de “o que posso fazer por Formosa? Como poderei SERVIR minha cidade da melhor forma?”.
Pra quem conhece como a coisa funciona a resposta é óbvia. Pra quem não conhece, a juventude que está aí tentando entender o significado dessas coisas, lhes digo: a ideia sincera de “o que poderei fazer por minha cidade?” é uma das últimas coisas que são pensadas nesses momentos. E ouso dizer que em muitos casos SEQUER chega a ser pensada. A regra geral é: “como vou me dar bem com isso tudo?”, ou “como vou emplacar ou manter o poder deste partido ou do meu grupo na cidade? Quem trará vantagens como aliado?”. E mais: nesse tipo de pensamento normalmente não são pensadas COMPETÊNCIAS legítimas para o exercício de funções, mas sim competências de controle, de capacidade de conluio, de dissimulação. É isso que, em caso de vitória, realmente irá manter as coisas do jeito que se planejou.
Normalmente não se pensa em ter o poder político mirando com todas as forças a ideia do AMOR à cidade. Isso aparece nos discursos, nos palanques, na voz cheia de vibração nas rádios, vídeos e áudios. No sorriso calculado e muitas vezes ensaiado dos panfletos, dos cartazes, das fotos em conjunto com os aliados.
Não digo que não exista isso. Mas além de ser raridade na própria sociedade, é ainda mais raro que seja justamente o grupo que vença uma eleição politica.
Ouça o que se diz nos bastidores entre os que conseguiram o poder (após terem sido eleitos). Quantas vezes você ouve expressões de amor pela cidade, pelo POVO? Quantas vezes você já viu frustração verdadeira de um político que não está conseguindo dar o melhor de si, ou mesmo dando, não alcança os resultados que deseja e que podem ajudar umas 100.000 pessoas?
É mais fácil você notar em boa parte desses sujeitos um choro ou pelo menos um verdadeiro lamento num franzir de testa sincero quando o time perde, ou quando não ganha numa partida de cartas, ou quando tem a simples vaidade atingida por críticas. E sabem por que não há esse lamento, essa sensação de derrota sincera quando não se administra bem? Por que a “empresa” não é dele de coração. Não há IDENTIFICAÇÃO verdadeira da própria meta com as metas concretas e principalmente abstratas que representam governar ou legislar PARA UM POVO, para uma cidade!
E onde isso começa? Justamente onde esse texto começou. O que começa assim, não tem como se acertar “depois”, até por que sequer houve “a primeira intenção” franca, interior. Coração sem competência, habilidade e perícia é ineficiente. Mas tudo isso sem coração vira malícia, armação e articulação para desviar, corromper, aliciar e, principalmente, roubar uma cidade inteira.